Criada em 2018, iniciativa do Idesam completa três anos de olho na manutenção do apoio às comunidades atendidas.
Comunicação Idesam
Com 12 mil hectares de florestas em licenciamento, dos quais 9.260 hectares já estão em regime de manejo florestal licenciado e em operação, tudo isso distribuído em seis municípios do Amazonas e com apoio direto a 11 organizações sociais. Os números do Projeto Cidades Florestais (PCF), iniciativa do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), passados três anos de sua implantação, são importantes, mas os impactos positivos vão além.
“O projeto também trouxe protagonismo às organizações sociais à frente do manejo florestal, em aspectos gerenciais e produtivos. Além disso, nós disponibilizamos assistência técnica remota, o que possibilita tomada de decisões com maior agilidade e apoio na gestão dos empreendimentos; inserção de tecnologia no campo, o que traz a oportunidade de melhorar a gestão de custos produtivos com o uso do aplicativo Cidades Florestais; e o uso de maquinários para a produção de madeira serrada com qualidade, o que proporciona o atendimento ao mercado consumidor final”, enumera Marcus Biazatti, coordenador técnico da iniciativa.
Falando especificamente das populações atendidas, ele ressalta como impactos positivos: o aprendizado sobre organização e gestão produtiva com baixo impacto sobre a floresta; a qualificação de mão de obra local, com cursos, capacitações e treinamentos para otimização dos recursos naturais; a geração de renda por meio da comercialização de madeira legalizada oriunda de planos de manejo florestal sustentáveis; e a promoção ao desenvolvimento de lideranças jovens e mulheres nas comunidades.
De acordo com o coordenador técnico, no que compete à expansão do PCF para outras comunidades, um dos principais desafios ainda é a regularização fundiária — mesmo que isso já seja um problema quase resolvido em Unidades de Conservação (UCs). “O acesso à regularização fundiária ainda é o maior desafio para a propagação do manejo florestal comunitário devido à falta de segurança fundiária e de acesso à terra, à morosidade do órgão fundiário e à falta de comunicação célere entre órgão fundiário e órgão licenciador de atividades produtivas”, destaca.
E, com base nos acertos, Marcus revela que os próximos passos do Cidades Florestais têm como norte a manutenção do suporte às comunidades atendidas. Dessa forma, estão entre os propósitos seguir com o apoio à comercialização dos produtos oriundos das comunidades (madeira serrada beneficiada) e com o estímulo à produção florestal, garantindo a safra de 2021-2022, bem como elaborar uma estratégia que garanta essa continuidade produtiva junto às organizações sociais.
Comunitários elogiam autonomia na gestão
Moradores da Comunidade Floresta, no município de Lábrea, dentro da Reserva Extrativista (Resex) Ituxi, Silvério Barros Maciel e Laureni Barros Flores ressaltam que um dos maiores benefícios do Cidades Florestais está na autonomia que a comunidade passou a ter na própria gestão. “Cada dia que passa, estamos aprendendo muito mais. Os jovens também estão se interessando muito nesse projeto, nesse trabalho, na comunidade, no manejo florestal, em tudo”, acrescenta Silvério.
Já Laureni, que integra com Silvério a Associação dos Produtores Agroextrativistas da Assembleia de Deus do Rio Ituxi (Apadrit), reforça que, atualmente, os manejadores contam com o benefício de poderem calcular o quanto gastam com a exploração e o quanto terão de retorno financeiro. “Sem falar dos equipamentos recebidos, o que melhorou demais a nossa logística. Nós recebemos trator, carroça, motosserra, motor de luz, entre outros itens”, exalta.
“A esperança é de dias melhores para nós e para todas as comunidades do projeto. Hoje, já estamos conseguindo fazer uma comercialização para fora do município e isso é graças ao Cidades Florestais”
Laureni Barros Flores, moradora da Comunidade Floresta, no município de Lábrea, dentro da Resex Ituxi.
Já para Elizângela Conceição Cavalcante, moradora da Comunidade São Francisco das Chagas do Caribi, no município de Itapiranga, dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Uatumã, o projeto trouxe esperança à população ao instruir sobre um melhor aproveitamento do que já existe na localidade. “E falo tanto de produtos madeireiros, quanto não madeireiros. Hoje, temos uma miniusina de óleos, um plano de manejo florestal em execução, estamos às vésperas da inauguração de uma movelaria comunitária. Então, o projeto veio trazer novos horizontes para o nosso dia a dia, nos fez focar em uma melhor qualidade de vida, na geração de renda e na busca por melhores oportunidades”, finaliza.
Cidades Florestais
Iniciado em 2018, o Cidades Florestais tem como propósito promover a economia florestal de municípios do interior do Amazonas. Por meio do fomento a cadeias produtivas florestais, madeireiras e de óleos vegetais, a iniciativa tem beneficiado comunidades em 09 municípios do Amazonas. As ações do projeto são desenvolvidas pelo Idesam, com apoio do Fundo Amazônia/BNDES. Atualmente, 13 organizações sociais participam ativamente das ações, que incluem a implantação de plataforma digital e aplicativo de apoio à gestão da produção comunitária.
Entre as iniciativas planejadas e realizadas pelo Cidades Florestais estão a aquisição de novos equipamentos e maquinários para a atividade florestal, instalação de uma Rede de Óleos da Amazônia, incluindo a construção de duas novas mini usinas de extração de óleos vegetais, com apoio estrutural e gerencial a outras três usinas já existentes. Para saber mais, acesse https://idesam.org/cidades-florestais/.
Fonte: IDESAM
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