Na semana passada, comentamos o relatório Production Gap do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) mostrando que os planos de expansão de extração de fósseis são o bilhete de entrada para um mundo bem mais quente que o atual.
No Brasil, a intenção é dobrar a produção de petróleo até 2030 e o plano do carvão sustentável garante, junto com a Arábia Saudita e os EUA, um lugar de destaque entre os países que seguem no sentido contrário do combate à emergência climática definida pelo IPCC e invocada repetidas vezes pelo secretário-geral da ONU, António Guterres.
Roberto Schaeffer, da COPPE/UFRJ e um dos autores do estudo, disse ao Estadão que, com esses planos, “o principal foco de preocupação climática no país, que é o desmatamento, pode se tornar outro, entre 2030 e 2050, passando a ser a área de petróleo, gás natural e seus derivados”.
Enquanto a maior parte das notícias sobre a Amazônia fala do desmatamento, queimadas e os Povos Indígenas, a Stand Earth e a Amazon Watch, lançaram o olhar sobre a exploração de petróleo e gás na Pan-Amazônia e, em especial, sobre os bancos comerciais e de investimento que estão financiando estas operações.
BNP Paribas, Credit Suisse, Goldman Sachs, JPMorgan Chase, Crédit Agricole, Deutsche Bank e o UBS financiaram centenas de milhões de dólares para a PetroAmazonas, braço de exploração da estatal equatoriana PetroEcuador. O Credit Suisse segue financiando operações fósseis na região de Putumayo na Amazônia colombiana. Todos eles se declaram adeptos dos Princípios do Equador e trilhando os caminhos ESG. O site da parceria, Exit Amazon Oil and Gas, traz dados destas e de outras operações similares.
Fonte: ClimaInfo
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