Monarcas, chefes de Estado e primeiros-ministros em todo o mundo, ocupando cargos ou não, enviaram sinceras homenagens após a morte do príncipe Philip, duque de Edimburgo, aos 99 anos. O presidente brasileiro Jair Bolsonaro também mandou mensagem de solidariedade e condolências.
O rei e a rainha da Espanha mandaram telegrama para a “Querida tia Lilibet” para lamentar o falecimento de “Querido tio Philip”.
Junto com tributos das famílias reais da Europa, muitas nações da Commonwealth (a Comunidade Britânica, que reúne 54 nações) elogiaram seu serviço público excepcional.
Eles prestaram homenagens a uma vida de compromisso, propósito e devoção à Rainha.
“Ele era um cara incrível… com 99 anos, nunca diminuiu o ritmo”, disse o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
‘Celebrar memórias’
O duque, cuja morte foi anunciada pelo Palácio de Buckingham na sexta-feira (09/04), acompanhou a rainha em centenas de visitas ao exterior.
Ele tinha laços de sangue com várias famílias reais europeias, do presente e do passado, e muitos de seus membros enviaram condolências.
O telegrama do rei Felipe e da rainha Letizia da Espanha foi particularmente comovente, ressaltando “todo o nosso amor e afeto” à tia Lilibet (apenlido que o duque usava para a esposa) e ao querido tio Philip.
“Jamais esqueceremos os momentos que compartilhamos com ele”, disseram à Rainha.
O rei da Suécia Carl Gustaf disse que o duque foi “um grande amigo de nossa família por muitos anos, uma relação que valorizamos profundamente”.
A porta-voz da família real sueca, Margareta Thorgren, disse à BBC que o rei e o duque viajaram juntos pela Inglaterra. “Esse foi o início de uma grande amizade entre eles.”
A família real holandesa disse que se lembrava do príncipe Philip com grande respeito, acrescentando: “Sua personalidade viva deixou uma marca indelével.”
O rei Filipe da Bélgica disse que ele e a rainha Mathilde “sempre guardariam com carinho as memórias de nossos encontros calorosos”
‘Um pilar para a Rainha’
Tributos também vieram da Commonwealth – a Comunidade Britânica, um conjunto de 54 nações, a maioria com raízes no Império Britânico, onde vivem 2,4 bilhões de pessoas.
“Ele representou uma geração que nunca mais veremos”, disse o primeiro-ministro australiano Scott Morrison. “Era um homem inabalável, em quem se podia confiar, sempre ao lado de sua Rainha.”
Bandeiras foram hasteadas a meio mastro na sede do Parlamento da Austrália em Canberra, onde uma saudação de 41 tiros aconteceu no sábado, e também na Ponte da Baía de Sydney onde, em 1954, o Príncipe Philip chegou ao lado da recém-coroada Rainha Elizabeth durante a primeira visita de um monarca reinante ao país.
A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, observou que milhares de jovens “completaram desafios que mudaram suas vidas” por meio do Prêmio Hillary, criado pelo duque em 1963.
Uma cerimônia foi planejada na capital do país, Wellington. Ela deve durar cerca de 40 minutos e contará com uma salva de 41 tiros.
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse que o duque “contribuiu muito para o tecido social de nosso país – e do mundo”.
Ele acrescentou: “Vamos lembrá-lo com carinho como um pilar na vida de nossa Rainha.”
O primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, disse que Philip foi um “líder sábio” e que seu “papel na promoção das relações Paquistão-Reino Unido sempre será lembrado”.
E o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, elogiou uma vida inteira de dedicação a “muitas iniciativas de serviço comunitário”.
O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, disse que o duque foi um “símbolo elevado dos valores familiares e da unidade do povo britânico, bem como de toda a comunidade global”.
Outras condolências calorosas da África incluem o Zimbábue – país que tem uma relação difícil com o Reino Unido e não está mais na Comunidade Britânica – e o presidente da Tanzânia, que bem recentemente perdeu seu líder John Pombe Magufuli em meio a rumores sobre Covid-19.
‘Vida longa e notável’
Outras homenagens vieram de nações profundamente ligadas ao duque e sua família.
O primeiro-ministro de Malta, Robert Abela, escreveu: “Verdadeiramente entristecido pela perda do príncipe Philip, que fez de Malta sua casa e voltou para cá tantas vezes. Nosso povo guardará sua memória para sempre”.
Philip e Elizabeth passaram dois anos felizes em Malta, onde ele serviu na Marinha, antes da morte do rei George VI em 1952.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que o duque foi “um servidor público exemplar” e que faria muita falta.
A mãe do duque, a princesa Alice de Battenberg, que morreu em 1969, está sepultada na Igreja de Maria Madalena em Jerusalém.
Todos os ex-presidentes dos Estados Unidos vivos também enviaram homenagens.
Barack Obama, um dos 18 presidentes eleitos nos Estados Unidos durante a vida do duque, disse que, junto a esposa Michele, ficou imediatamente à vontade com o duque, descrevendo-o como “gentil e caloroso, com uma sagacidade afiada e um bom humor infalível”.
Donald Trump disse que o príncipe Philip “definiu a dignidade e a graça britânicas. Ele personificou a discrição tranquila, a firmeza severa e a integridade inflexível do Reino Unido…”
Em um telegrama para a rainha, o presidente russo Vladimir Putin disse que o duque “gozava de respeito” tanto em casa quanto internacionalmente.
E a chanceler Angela Merkel disse que a “amizade do duque com a Alemanha, sua natureza direta e seu senso de dever” seriam lembrados.
O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, classificou o duque como um homem de “grande estilo”.
“A França se junta à tristeza de seus amigos do outro lado do Canal da Mancha e saúda a vida, ao mesmo tempo europeia e britânica, de um homem que foi um testemunha de um século de provações e esperanças para o nosso continente. “
O presidente italiano, Sergio Mattarella, disse que “celebraria” memórias da “profunda admiração do príncipe Philip pelo patrimônio artístico e cultural da Itália”.
Também que o duque acompanhou “a evolução do seu país com um espírito aberto e inovador”.
O presidente irlandês Michael D. Higgins elogiou a capacidade do Príncipe Philip de trazer “um ar de informalidade a ocasiões formais”.
“Sua presença distinta e senso de humor único deixavam os participantes à vontade e sempre engajavam aqueles que o encontraram”, disse ele.
A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, expressou os seus pêsames à família real e “ao povo do Reino Unido neste dia tão triste”.
Bolsonaro
O presidente brasileiro também mandou mensagem de solidariedade e condolências após a morte do príncipe Philip.
“O governo e o povo brasileiros solidarizam-se com a Rainha Elizabeth II, sua família e o povo do Reino Unido neste momento de luto dos britânicos pela perda do Duque de Edimburgo”, disse o Itamaraty, em nota.
“O Presidente Jair Bolsonaro enviou mensagem de condolências a Sua Majestade”, afirmou o ministério das Relações Exteriores.
Fonte: BBC News Brasil
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