A pesquisadora Natasha Veruska dos Santos Nina do Programa de Pós-Graduação em Agronomia Tropical (PPGATR) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), identificou, a partir do estudo e seleção de genótipos do guaraná, em sua tese intitulada “Divergência genética, adaptabilidade e estabilidade e ganhos de seleção para caracteres agroindustriais de genótipos de guaranazeiro”, espécie da planta com alta produtividade, adaptabilidade e estabilidade de produção e com maior potencial energético e antioxidante.
O objetivo da pesquisa foi selecionar genótipos de guaraná mais produtivos e com propriedades funcionais para uso em programas de melhoramento genético. O estudo quantificou metilxantinas e polifenóis e avaliou a diversidade fitoquímica, produtividade, adaptabilidade e estabilidade de produção.
A pesquisa recebeu, em 2020, premiação na categoria de Melhor Tese do Programa de Pós-Graduação em Agronomia Tropical (PPGATR) do ano de 2019. Foi orientada pelo pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, André Luiz Atroch, e pela professora Flávia Camila Schimpl, do Instituto Federal do Amazonas (Ifam).
O Guaraná [Paullinia cupana var. sorbilis (Mart.) Ducke] é uma planta nativa da Amazônia que é utilizada e cultivada pelos indígenas Sateré-Mawé como alimento e em rituais. O produto do guaraná tem grande potencial econômico e industrial pelas propriedades energéticas, antioxidantes e medicinais de suas sementes.
“A partir dos resultados foi possível selecionar genótipos de guaraná com alta produtividade, adaptabilidade e estabilidade de produção, e com maior potencial energético e antioxidante”, destacou a pesquisadora Natasha Nina.
Os genótipos foram classificados em três grupos comerciais de acordo com os quimiotipos: Guaraná energético (alto teor de cafeína), guaraná antioxidante (altos teores de catequina e epicatequina) e guaraná energético e antioxidante (teores médios desses metabólitos).
Neste estudo também foi observada a influência de fatores de temperatura e precipitação anual nas características químicas dos genótipos. Os genótipos apresentaram maiores teores de cafeína (energético) em locais com temperaturas mais elevadas, e maiores teores de catequina e epicatequina (antioxidantes) em locais com maior precipitação anual.
Além disso, foram identificados genótipos com os maiores teores de cafeína já encontrados na natureza; e também genótipos com potencial para serem lançados como futuras cultivares, e propostos cruzamentos para uso no programa de melhoramento genético do guaraná.
Artigo
No artigo “Phytochemistry divergence among guarana genotypes as a function of agro‐industrial characters“, da revista internacional Crop Science estão publicados uma parte dos resultados. O artigo tem autoria dos pesquisadores Natasha Veruska dos Santos Nina; Flávia Camila Schimpl, professora do Instituto Federal do Amazonas (Ifam) no campus de Presidente Figueiredo (AM), e Firmino José do Nascimento Filho e André Luiz Atroch, ambos pesquisadores da Embrapa.
Fonte: Portal Amazônia
Comentários