Um estudo lançado ontem (18/2) analisou a situação dos Povos Indígenas nos cinco países com mais floresta tropical do mundo, entre eles o Brasil, no contexto dos esforços nacionais para retomada econômica pós-pandemia. O cenário não é bom: atividades com alto potencial de dano ambiental e risco aos Povos Indígenas estão sendo impulsionadas, como exploração de madeira, mineração e agricultura industrializada. O levantamento foi conduzido por pesquisadores do Forest Peoples Programme (FPP), da Lowenstein International Human Rights Clinic da Yale Law School e da Middlesex University London School of Law, que analisaram os impactos da impunidade corporativa e a reversão das políticas sociais e ambientais durante a pandemia no Brasil, Colômbia, Indonésia, Peru e República Democrática do Congo.
“Muitos governos têm criminalizado cada vez mais os defensores dos Direitos Humanos Indígenas, além de legitimar ou até mesmo facilitar a ameaça e o uso da violência contra eles”, alertou Joan Carling, diretora do FFP. “Essas ações demonstram claramente a falta de responsabilidade dos Estados e de respeito das empresas pelos direitos e bem-estar dos Povos Indígenas”. No caso brasileiro, o relatório destacou o desmantelamento dos programas de fiscalização e proteção do bem estar indígena, a agressividade do governo Bolsonaro à demarcação formal de Terras Indígenas e os incentivos a atividades de exploração, principalmente o garimpo, na Amazônia. O resultado disso é uma situação de vulnerabilidade crescente dos Povos Indígenas e a explosão do desmatamento amazônico no último ano.
O relatório foi repercutido por Deutsche Welle, Guardian e Reuters, entre outros.
Fonte: ClimaInfo
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