Os planos climáticos recentes divulgados pelos sete países mais ricos do mundo ainda estão muito aquém da meta global de US$ 100 bilhões anuais para o financiamento da ação climática nos países pobres, alertou a organização humanitária CARE em relatório divulgado na semana passada.
Segundo a análise da organização, os países do G7 não apenas estão destinando recursos abaixo do necessário para atender à meta como também oferecem poucos detalhes sobre os recursos já prometidos, comprometendo assim a previsibilidade da sua entrega.
Do G7, por ora, apenas Estados Unidos e Reino Unido apresentaram propostas recentes com promessas de novos recursos para o financiamento climático. Mesmo assim, em termos totais, persiste um déficit de cerca de US$ 20 bilhões em relação à meta apresentada pelas nações ricas em 2009. Além disso, a maior parte desses recursos ainda está sendo aplicada na forma de empréstimos internacionais com juros, o que representa um endividamento extra para as nações em desenvolvimento. Para a CARE, isso pode travar ainda mais a transição energética nesses países. Guardian e Independent repercutiram o relatório.
Ainda sobre os compromissos climáticos do G7, um levantamento realizado pela Tearfund mostrou que os países mais ricos do mundo injetaram bilhões de dólares a mais em projetos de combustível fóssil do que em energia limpa desde a pandemia, apesar de suas promessas de recuperação verde.
Segundo a análise, quase US$ 190 bilhões em recursos públicos desses países foram destinados aos setores de petróleo, carvão e gás entre janeiro de 2020 e março de 2021; enquanto o volume de recursos dedicados a fontes renováveis de energia totalizou US$ 147 bilhões. Além do financiamento direto, as empresas fósseis também se beneficiaram com o enfraquecimento (provisório ou permanente) de regras ambientais, o que permitiu projetos (ainda) mais poluentes. Financial Times e Guardian deram mais informações.
Fonte: ClimaInfo
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