O Observatório Pantanal enviou uma carta a parlamentares e membros do Executivo e do Judiciário advertindo que, se medidas não forem tomadas, incêndios podem atingir o Pantanal com a mesma ou maior proporção dos que aconteceram no ano passado. Formado por 39 organizações que atuam na defesa do meio ambiente, o coletivo indicou no documento as providências necessárias para evitar as queimadas.
Campanhas de orientação para as comunidades do bioma, agilidade na contratação de brigadistas do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) e punição de responsáveis pelos incêndios são algumas das reivindicações. No decorrer da carta, o grupo também alerta sobre a necessidade da suspensão de licenças de novas centrais hidrelétricas (PCHs) na Região Hidrográfica do Paraguai e sobre os investimentos em equipamentos e aeronaves, em treinamentos de controle de incêndio para as Forças Armadas e em pesquisas em temas relacionados à prevenção de fogo e a recuperação ambiental.
A carta foi encaminhada para os ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles, do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e das Relações Exteriores, Carlos Alberto França. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, e o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Rolando Alexandre de Souza, foram outros destinatários da mensagem.
Em 2020, o fogo consumiu no bioma uma área que inclui campos naturais e florestas, com o tamanho equivalente ao do estado do Rio de Janeiro (mais de 38 mil km²). De acordo com o documento, vários depoimentos prestados no Senado dão conta que os mais de 22 mil focos de calor foram intencionais. Impunidade com precedentes, pois, no ano anterior, ano em que 18 mil km² foram devastados pelo fogo, os criminosos não foram responsabilizados pelas queimadas.
Vale destacar que, apesar dos altos índices de incêndio, as admissões no Prevfogo tiveram cerca de três meses de atraso no ano passado.
A carta destaca em sua conclusão a ausência de ações do governo para reverter a situação. “Não há, até o momento, uma ação coordenada que reúna iniciativas necessárias por parte dos órgãos responsáveis. Falta um planejamento integrado de ações de prevenção, sensibilização e preparação frente à temporada de fogo que se aproxima. Transparência e participação social são fundamentais para que a sociedade civil possa contribuir de forma efetiva para a conservação do bioma. Por isso, vimos a público reafirmar a gravidade da situação que se aproxima e reivindicar do poder público que tome as providências necessárias para que se preserve o Pantanal”
Fonte: (O) Eco
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