Um novo relatório divulgado nesta 5ª feira (25/3) pela ONU reforçou a conexão entre Terras Indígenas e conservação florestal na América Latina e no Caribe. Segundo análise conduzida pela Organização para Alimentação e Agricultura (FAO) e o Fundo para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas da América Latina e do Caribe (FILAC), as taxas de desmatamento são significativamente mais baixas em territórios indígenas onde os governos reconheceram formalmente os direitos coletivos à terra. Nesse sentido, o relatório destacou o papel dos indígenas como os melhores “Guardiões da Floresta”: na Amazônia, por exemplo, quase metade (45%) das florestas intactas se encontra em territórios indígenas.
“Enquanto a área de floresta intacta diminuiu apenas 4,9% entre 2000 e 2016 nas áreas indígenas da região, essa taxa superou os 11% nas áreas não-indígenas”, explicou Myrna Cunningham, presidente do FILAC. No Brasil, a diferença entre o desmatamento dentro e fora de Terras Indígenas é de cerca de 2,5 vezes. Ao todo, os territórios indígenas evitaram emissões entre 43 e 60 milhões de toneladas de CO2 equivalentes a cada ano na Bolívia, Brasil e Colômbia, o mesmo que retirar de circulação cerca de 13 milhões de automóveis por ano. Os territórios indígenas também oferecem um custo-benefício mais interessante em termos de proteção ambiental. De acordo com o relatório, os custos de proteção de Terras Indígenas são de 5 a 42 vezes menores do que os custos médios de CO2 evitados por meio de captura e armazenamento de carbono fóssil.
No Brasil, veículos como Agência Pública, Deutsche Welle, Direto da Ciência, O Globo, Valor e Veja repercutiram o relatório da FAO, que também foi destacado no exterior por AFP, Guardian e Reuters.
Fonte: ClimaInfo
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