Em Manaus, até 2018, 23,8% da população era obesa, de acordo com a SVS (Secretaria de Vigilância em Saúde), do Ministério da Saúde. Já dados da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica) apontam que, só na região Norte, 25,65% das crianças entre 5 e 9 anos estão com sobrepeso. Em todo o mundo são 124 milhões de crianças com obesidade, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde).
“O isolamento social leva ao uso, cada vez maior, de computadores, videogames, celulares, entre outros eletrônicos que servem de distração, mas contribuem para o sedentarismo e baixa queima calórica. É fundamental que os pais incentivem hábitos saudáveis nos filhos, como adotar uma dieta balanceada e praticar atividades físicas, sem deixar de lado a segurança”, analisa a endocrinologista Larissa Figueiredo.
Estudos mostram que a necessidade de isolamento social para reduzir a contaminação pelo coronavírus tem aumentando a obesidade na população jovem. Pesquisadores do Hospital das Clínicas de São Paulo acompanharam 66 crianças, em 2020, e constataram que 47 delas tinham ganhado, em média, 5 quilos durante a pandemia da Covid-19.
De acordo com Figueiredo, identificar a condição de obesidade na criança é o primeiro passo para ajudá-la. Para isso é necessário marcar uma consulta com um especialista para realizar o teste clínico que mede o IMC (Índice de Massa Corpórea). Resultados iguais ou acima de 30 kg/m2 são considerados obesidade.
A partir daí o médico indicará testes laboratoriais para descobrir a origem do problema. “Há pacientes que ganham peso por questões hormonais, metabólicas ou predisposição genética. Nem sempre a obesidade tem relação com alto consumo de alimentos ou sedentarismo. No entanto, é preciso fazer exames mais específicos, como THS e T4 livre (hormônios da tireoide), para saber se o paciente não tem hipotireoidismo, condição que também causa obesidade. Ou seja, o diagnóstico da comorbidade é clínico, mas suas causas precisam ser rastreadas”, esclarece a endócrino.
A obesidade pode vir acompanhada de outros problemas de saúde. Figueiredo alerta para a necessidade de estudar o histórico familiar do paciente. “Em alguns casos, a comorbidade traz junto doenças como pressão alta ou diabetes. Essas condições só são confirmadas através de exames e envolvem também históricos familiares”, diz.
Fonte: Amazonas Atual
Comentários