No último dia 22, Dia Mundial da Água, um grupo de organizações e cientistas alertou para o fato da estabilização do clima passar, necessariamente, pelo cuidado com os oceanos. Diz o comunicado que é imprescindível e urgente “reconhecer a importância crítica de nosso oceano e do carbono azul na luta contra a emergência climática”.
Enquanto o grosso da atenção climática se preocupa com a transição de matrizes energéticas e com a preservação de florestas, os oceanos, além de serem o maior sorvedouro de carbono, são cruciais, segundo Steve Trent, da Fundação para a Justiça Ambiental (EJF) para “evitar os piores impactos do aquecimento global, ao mesmo tempo em que protegem as vidas e os meios de subsistência de três bilhões de pessoas que dependem da biodiversidade marinha em todo o mundo”. O comunicado pode ser encontrado no novo site do GT Clima e Oceano do Observatório do Clima.
Em tempo 1: Na semana passada, comentamos um trabalho publicado na Nature falando sobre a necessidade de se criar Unidades de Conservação Marítimas em águas internacionais. O trabalho ganhou destaque na mídia por ter estimado as emissões decorrentes da pesca internacional de arrasto. Helen Briggs, da BBC, recoloca a importância da proteção dos oceanos como um todo. O Ambiente Brasil traduziu o artigo de Briggs.
Em tempo 2: O nível do mar não é rigorosamente o mesmo no mundo todo porque a distribuição da massa continental e do manto interior, e portanto da força da gravidade, não é uniforme. O da Alemanha é 31 cm mais alto do que o da Itália, 50 cm acima do da Espanha e 2,33 cm acima do da Bélgica. Se isso parece pouco, pense em construir uma ponte entre dois países e não levar essa diferença de referencial em conta. Para acertar a mão, um esforço internacional de mais de dez anos foi feito e o resultado é o IHRS, sigla em inglês do Sistema Internacional de Referência de Altitude. Publicações no Journal of Geodesy e da Sirgas tem mais informações sobre o IHRS. O Science Daily deu uma nota a respeito. A importância disso para o mundo climático é, dentre outras, saber o quanto o nível do mar está subindo. Sabe-se que o nível está subindo mais rápido em alguns lugares do que em outros. O site do Tides and Currents da NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional) mostra estas diferenças em um mapa-múndi. Pesquisadores da Universidade Rutgers (EUA) publicaram um trabalho na Nature mostrando que, ao longo da costa leste americana, durante o século passado, o mar subiu mais rapidamente do que nos últimos 2.000 anos. Ao longo do século 20, o mar já subiu, em média, mais de 30 cm. O Science Daily também comentou.
Fonte: ClimaInfo
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