Se tem uma mensagem que o novo relatório do IPCC fez questão de ressaltar é a de que a corrida pela descarbonização precisa começar o quanto antes. A questão agora é saber se o “puxão de orelha” dado pelo IPCC nos tirará da letargia. Na Exame Invest, Rodrigo Caetano fez este questionamento e destacou a reação de ativistas, lideranças políticas, empresariais e sociais, e de cientistas sobre as conclusões do IPCC.
Já Daniela Chiaretti observou no Valor que o relatório amplia a pressão sobre os governos nas vésperas da próxima Conferência da ONU sobre o Clima (COP26), programada para novembro em Glasgow. “A COP26 já era importante porque tem que fechar as regras de implementação do Acordo de Paris. Agora precisa entregar mais – arrancar dos países mais ambição em suas metas de emissão de gases-estufa, mais recursos financeiros e tecnológicos para os países mais pobres e planos concretos de como as economias irão se descarbonizar mais rápido”.
A reticência dos governos em assumir compromissos mais ambiciosos também joga pressão sobre a iniciativa privada. Como Felipe Resk e Igor Soares abordaram no Estadão, o relatório do IPCC foi recebido como um “grande chamado” para ação de empresas e instituições financeiras, o que reforça a importância dessa agenda para o futuro dos negócios, associada a outras questões socioambientais relevantes, como a perda de biodiversidade e o combate à pobreza.
Em tempo: No Estadão, a cientista e participante do IPCC, Suzana Kahn, questiona qual leitura o governo brasileiro fará do novo relatório do Painel. “Caberia ao Brasil, que é e será fortemente afetado, estar alinhado com um modelo de desenvolvimento de baixo carbono, com políticas de redução de desmatamento, transição energética, técnicas de agropecuária mais sustentáveis, criando condições para uma nova economia baseada na chamada Indústria 4.0, fortemente baseada em ciência, tecnologia e inovação”, escreveu. Não é preciso muito esforço para descobrir que nada disso interessa à atual gestão federal.
Fonte: ClimaInfo
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