Jamil Chade antecipou no UOL pontos do resumo executivo do novo relatório de avaliação do Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudança do Clima (IPCC) que atingem em cheio a narrativa negacionista promovida por Jair Bolsonaro e seus seguidores no Brasil. Com base no estado da arte da ciência climática contemporânea, o documento diz que é “muito provável” que as atividades humanas sejam os “principais motores” do aquecimento desde 1979 e “extremamente provável” que a ação humana seja a causa da destruição da camada de ozônio.
“Desde 1850, [a concentração de] CO2 [dióxido de carbono] e metano têm aumentado a uma taxa, e em uma quantidade, que excedem as mudanças naturais entre períodos glaciais e interglaciais durante pelo menos os últimos 800 mil anos”, diz o rascunho do documento obtido pelo UOL. O relatório também associa a ação humana com efeitos diretos da mudança do clima, como o aumento da umidade atmosférica e a intensificação de tempestades e chuvas torrenciais, bem como a maior ocorrência de períodos prolongados de estiagem e ondas de calor. Os humanos também são “muito provavelmente (…) o principal motor do recuo global das geleiras desde os anos 1990 e de reduções observadas no gelo marinho ártico desde o final dos anos 1970”.
Na reportagem, Chade também ressaltou que o Brasil de Bolsonaro estará no alvo das pressões internacionais no contexto do novo relatório do IPCC. Além do negacionismo climático do presidente e de seu entorno, que precedem a chegada desse grupo ao poder, outro foco de tensão é a escalada do desmatamento e das queimadas no Brasil, decorrente do enfraquecimento dos órgãos ambientais de fiscalização e da leniência do atual governo com a ação de grupos criminosos na Amazônia. Falando na floresta, o texto também cita o risco crescente de que uma mudança no regime de chuvas aconteça na região amazônica nos próximos 30 anos, o que poderia causar períodos prolongados e intensos de estiagem.
Fonte: ClimaInfo
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