O ministro Bento Albuquerque foi à TV na 3ª feira (31/8) pedir a cooperação da população. Começou distorcendo os fatos ao afirmar que a redução do nível das represas foi maior do que a prevista. Há cenários até mais agudos. Ele só apostou no nível errado. Falou das medidas que o governo tomou: pedir a colaboração voluntária e remunerada de grandes consumidores e, em outra iniciativa, o mesmo aos consumidores residenciais.
Para enfrentar a falta de potência no horário de ponta, pediu para que a roupa seja passada nos finais de semana e que os banhos sejam transferidos para as manhãs. Há alguma lógica nestes pedidos, mas, à medida em que o tempo esquenta, o consumo do chuveiro elétrico cai.
Igualmente ineficaz, mas simbolicamente mais simpático, seria mandar desligar todos os aparelhos de ar condicionado da Esplanada dos Ministérios e palácios e prédios da administração federal.
Mais uma vez, não falou em medidas mais drásticas que teriam poupado água. Falou que a conta de luz está mais cara, mas não falou sobre a nova e caríssima “bandeira da escassez hídrica”. A fala repercutiu por toda a mídia: Folha, Estadão, Valor, O Globo, UOL Economia, Correio Braziliense, Poder 360, IG, Agência Brasil, Canal Energia e na CNN. O G1 e UOL deram o pronunciamento completo.
Ontem (1/9), o vice-presidente Mourão disse à imprensa que talvez haja um racionamento para evitar um apagão. Ele também acha que o país precisará conviver com esta situação até o dia em que as represas encherem outra vez. Para ele, “a maior parte do uso da água é para atividades da agropecuária. O consumo humano é a menor parte, a outra é a geração de energia.” O novo sincericídio de Mourão foi destaque na Reuters internacional, no Estadão, Valor, Folha e na CNN Brasil.
Fonte: ClimaInfo
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