O governo brasileiro, junto com outros países emergentes, adora citar o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, para se colocar no time dos “sem culpa” pela crise climática, jogando a maior parte da responsabilidade nas costas das economias desenvolvidas, que se industrializaram mais cedo. O problema é que, no caso do Brasil, essa desculpa pode estar com os dias contados: um levantamento do Carbon Brief calculou o volume de emissões de dióxido de carbono por diversos países entre 1850 e 2020 e descobriu que o Brasil foi o quarto maior emissor do planeta nos últimos 170 anos. A conta inclui o carbono liberado por atividades como desmatamento, mudança de uso da terra e produção de cimento, além das emissões associadas à queima de combustíveis fósseis. Essa matemática deixa o Brasil em maus lençóis: o país teria emitido 112,9 bilhões de toneladas de CO2 (GtCO2). Mais de 85% desse volume está associado à derrubada de florestas (96,9 GtCO2). Dos 20 países que mais emitiram carbono no período, o Brasil é quem lidera a lista na categoria desmatamento e mudança de uso da terra, seguido de perto pelos EUA (89,1 GtCO2) e Indonésia (87,9 GtCO2).
Em termos gerais, os EUA lideram o pelotão de países com mais emissões históricas, liberando mais de 509 GtCO2) desde 1850, o equivalente a 20,3% do total do planeta. Logo atrás, vem a China, com 284,4 GtCO2) (11,4%), e a Rússia, com 172,5 GtCO2) (6,9%). O Brasil, 4º lugar nessa lista, representou 4,5% de todas as emissões de carbono do período em todo o mundo.
O Observatório do Clima comentou a subida neste ranking dos piores e o Guardian destacou os principais números desse levantamento.
Fonte: CLimaInfo
Comentários