Há dez dias, bombeiros e brigadistas lutam contra o fogo na região do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, no norte de Goiás. De acordo com o Estadão, as chamas já consumiram mais de 23 mil hectares, favorecidas pelo ar seco, a baixa umidade e os ventos fortes. As áreas mais afetadas pelo fogo estão no Vale da Lua, onde os incêndios começaram, e no Vale de São Miguel. A principal suspeita é de que o fogo tenha sido intencional, causado por um incendiário ainda desconhecido.
Enquanto o fogo consome a Chapada dos Veadeiros, empresários da região estão pedindo que não sejam divulgadas imagens da destruição pela internet para não afugentar os turistas. “O turista é nossa principal fonte de renda. Se espalhar essa história, que é normal por aqui, vamos ter que fechar as portas”, escreveu um empresário a uma página de conservação do Cerrado nas redes sociais, citado por O Globo.
“No caso do Cerrado, existe sim o fogo natural que começa, por exemplo, após um raio. Mas isso acontece no período de chuva, em outubro”, explicou Mariana Napolitano (WWF-Brasil) ao Estadão. “Em período de seca, esses focos de incêndio são antrópicos, produzidos pelo homem. É o que estamos vendo na Chapada dos Veadeiros”.
As chamas na Chapada dos Veadeiros são um reflexo da situação do Cerrado, um dos biomas mais afetados pelo fogo neste ano. Dados do INPE indicam que os focos de calor cresceram 12% nos oito primeiros meses de 2021; o número de incêndios registrados até agosto (46.693) já supera o total registrado no Cerrado durante todo o ano de 2020 (41.674).
No Pantanal, a situação é parecida, ainda que distante do drama vivido no ano passado, quando o bioma testemunhou a destruição de mais de 25% de seu território. Mais uma vez, o tempo seco e a falta de chuvas têm contribuído para a disseminação do fogo. Na BBC Brasil, Vinícius Lemos publicou imagens impressionantes de animais que estão lutando pela vida em meio às chamas e à terra ressecada.
Já na Folha, Fabiano Maisonnave informou que os incêndios na região de Corumbá (MS) estão se aproximando de uma escola de ensino fundamental que atende crianças ribeirinhas nas margens do rio Paraguai. Bombeiros e brigadistas do IBAMA e do ICMBio também estão atuando para conter as chamas, com preocupação especial em evitar que o fogo se aproxime da região da Serra do Amolar, uma das áreas mais preservadas do Pantanal.
Em tempo: O fogo também está causando destruição na Chapada Diamantina, na Bahia. Segundo o g1, a falta de chuva e as altas temperaturas favorecem a persistência dos incêndios nessa região da Caatinga, que já duram mais de duas semanas. “É muito fogo, muito mesmo. Dá uma dor no coração ver a nossa natureza virar pó desse jeito. A gente trabalha sem parar, mas não dá conta”, lamentou um brigadista.
Fonte: ClimaInfo
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