Um grupo das maiores empresas atuando no Brasil, nacionais e multinacionais, entende que o país precisa retomar o lugar de destaque no enfrentamento da crise climática. Em carta enviada ao governo, eles pedem que o país se comprometa com metas ao mesmo tempo mais ambiciosas do que as atuais, porém perfeitamente factíveis. Segundo Daniela Chiaretti, no Valor, o país pode alcançar o net-zero, a neutralidade de todas as emissões até 2050, sem condicionantes. Isso vai além do que consta no compromisso pífio entregue pelo governo à ONU no final do ano. Lá, a intenção declarada é chegar a essa neutralização 10 anos depois, em 2060, e malandramente indicando que precisará de aportes de US$ 10 bilhões anualmente para conseguir. A carta empresarial aponta que o país poderá receber até mais do que isso se o governo mudar radicalmente sua postura negacionista e passar a destravar as negociações climáticas. Em outro artigo, Chiaretti comenta que a carta dedica espaço à negociação dos novos mercados de carbono previstos no Acordo de Paris. Especificamente, trata-se de aceitar as regras para evitar a dupla contagem, ponto-chave na negociação que o país vem tentando protelar o máximo possível. A carta diz que uma mudança de conduta é imprescindível, “permitindo que os créditos de carbono provenientes do Brasil sejam exportáveis e amplamente aceitos no mercado internacional, resultando em entrada de recursos no país”. O Estadão também deu a notícia.
A CNI, por sua vez, está preocupada com as ameaças às exportações brasileiras por parte de países que começam a exigir integridade ambiental, controles mais rigorosos e, mais recentemente, a aplicarem tarifas associadas à pegada de carbono dos produtos. Uma matéria de Assis Valente no Valor, traz a preocupação da Confederação com possíveis exageros protecionistas que podem acompanhar a agenda de sustentabilidade. Mas recomenda que será preciso uma “maior aderência pelas empresas no Brasil a critérios ambientais, sociais e de governança (ESG), e a transparência de suas ações podem minimizar as repercussões negativas por causa dessas barreiras reputacionais.”
Fonte: ClimaInfo
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