Os 60 maiores bancos do mundo forneceram US$ 3,8 trilhões em financiamento para empresas de combustíveis fósseis desde a adoção do Acordo de Paris em 2015, de acordo com um novo relatório divulgado ontem (24/3) pela Rainforest Action Network (RAN). O levantamento indica que o fluxo de financiamento foi afetado no ano passado, em virtude da pandemia, mas que ele continua seguindo uma tendência de crescimento – tanto que, em termos absolutos, o total de crédito concedido para a indústria fóssil no ano passado foi superior ao registrado em 2016 e 2017.
Apenas 13 instituições (todas da América do Norte) representam quase a metade do financiamento global para os fósseis nos últimos cinco anos, com destaque para a JPMorgan Chase e Barclays e BNP Paribas entre os europeus. O financiamento geral caiu 9% em 2020, mas as 100 empresas de combustíveis fósseis com os maiores planos de expansão tiveram aumento de 10% nos fluxos de crédito.
O documento destaca também a insuficiência dos compromissos recentes de algumas dessas instituições com metas de descarbonização até 2050. Dos 60 bancos analisados, apenas 17 apresentaram esse compromisso e mesmo os termos dessas promessas são vagos o suficiente para colocá-lo em dúvida. “Quando olhamos para os cinco anos como um todo, a tendência ainda está indo na direção errada, que é obviamente o oposto de onde precisamos estar para cumprir os objetivos do Acordo de Paris”, disse Alison Kirsch, autora do estudo. “Nenhum desses 60 bancos apresentou um plano concreto para dissociar seus negócios dos combustíveis fósseis”. Esses dados foram repercutidos por Financial Times, Guardian e Reuters, entre outros.
Fonte: ClimaInfo
Comentários