Os compromissos e promessas verdes da Equatorial Energia, uma das maiores distribuidoras de energia elétrica do Brasil, não resistem a uma análise mais detalhada sobre sua atuação na região do Médio Xingu (PA). Na Folha, Fabiano Maisonnave mostrou que a empresa está fornecendo energia para ocupações irregulares nas Terras Indígenas Ituna/Itatá e Apyterewa, sem autorização da FUNAI nem licença ambiental do IBAMA. O fornecimento acontece mesmo depois de a Equatorial ter dois pedidos de autorização negados pelo governo federal.
No caso da TI Ituna/Itatá, a presença de invasores representa uma ameaça a comunidades indígenas isoladas que vivem na região. Um dos clientes da Equatorial nessa Terra é o fazendeiro Walter Rosa Alvino, denunciado na Justiça Federal por grilagem e desmatamento ilegal. A própria FUNAI, no processo movido por Alvino contra a União, ressaltou que a presença de forasteiros em Ituna/Itatá “vem comprometendo seriamente as condições de sobrevivência dos possíveis índios isolados na área”.
Questionada pela reportagem, a Equatorial não ofereceu explicações sobre o fornecimento elétrico sem autorização em áreas restritas, mesmo alegando que cumpre com todas as exigências legais e requisitos ambientais em suas operações.
Em tempo: Para quem não assistiu, vale a pena conferir a edição do programa Roda Viva (TV Cultura/SP) desta semana, que contou com a participação dos líderes indígenas Almir e Txai Suruí. O cacique ressaltou como o avanço do desmatamento, impulsionado pelo discurso leniente do governo federal, está colocando em risco a sobrevivência dos Povos Indígenas. Já a jovem Txai, que teve destaque recentemente na abertura da COP26, em Glasgow, afirmou que os indígenas estão se articulando para lançar candidaturas nas eleições de 2022 com o objetivo de reforçar a representatividade, as demandas e a defesa de seus direitos no Congresso Nacional e nas Assembleias Legislativas.
Fonte: ClimaInfo
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