Em entrevista ao Giro do Boi nesta terça-feira, dia 12, o zootecnista Fábio Dias, diretor do Friboi na área de relacionamento com pecuaristas, anunciou a criação de “escritórios verdes” para auxiliar criadores do Bioma Amazônico na legalização de possíveis passivos ambientais em suas propriedades.
A novidade integra o plano de ação do Programa Juntos pela Amazônia, uma iniciativa da JBS lançada em setembro de 2020 com o objetivo de promover ações voltadas à sustentabilidade da região, incluindo o monitoramento de fornecedores de gado magro aos pecuaristas que comercializam boi gordo diretamente com as indústrias Friboi localizadas no bioma.
Conforme informou Dias, são 16 mil propriedades localizadas em municípios do bioma que fornecem gado para as indústrias Friboi, todas monitoradas para cumprimento de legislação ambiental há dez anos. O próximo passo é trazer também o fornecedor de gado magro dessas propriedades para a plataforma de monitoramento – a Plataforma Verde.
“O que a gente está fazendo agora, o que é muito importante, é a constituição de dez ‘escritório verdes’, a gente chama assim. Na verdade, é como se fosse um escritório de atendimento ao produtor que não está conforme. O que a gente fez nos últimos dez anos foi monitorar todos os produtores que fornecem diretamente ao Friboi. […] Agora vem o desafio: quem fornece para eles? Como vamos trazer para a plataforma de monitoramento? […] Com esses escritórios verdes, com esses dez pontos de apoio, esse produtor que fornece para o nosso fornecedor, se ele tiver algum problema, se tiver que regularizar o CAR, se tem que regularizar um mapa, nós ajudaremos nesse caminho. O caminho pode ser com consultoria técnica, pode ser até com apoio jurídico em relação a uma multa ou algo similar”, explicou.
O diretor também apontou onde estarão localizados os pontos de atendimento a esses pecuaristas. ‘Nós vamos fazer dois escritórios em Rondônia, um em Porto Velho e o outro a gente ainda está estudando se será em São Miguel do Guaporé ou Vilhena. No Mato Grosso serão mais seis e outros dois no Pará, em Marabá e em Redenção. Isso vai estar tudo constituído nesse primeiro trimestre. Então está andando bastante rápido”, projetou.
“O que a gente está propondo para todos os municípios do Bioma Amazônico onde a gente origina gado é um processo de transparência. […] Não é só rastreabilidade, o consumidor e a sociedade não querem só saber de onde vem o bife ou o boi que originou o bife. […] Ele quer transparência. Nós, que estamos envolvidos com a cadeia de produção, sabemos que ela é majoritariamente conforme. […] Nós garantimos que todos os fornecedores diretos estão ok, mas fica a dúvida (em relação aos fornecedores dos fornecedores). Ao ficar em dúvida, a sociedade demonstra preocupações e questiona a cadeia de produção da pecuária. O que a gente tem que fazer agora é aumentar o grau de transparência, mostrar a cadeia como um todo”, justificou.
Fábio reforçou as parcerias e a segurança dos processos envolvendo o monitoramento pela Plataforma Verde. “Esse trabalho é longo, é desafiador porque são milhares de fornecedores que interagem, produtores que vendem bezerros para os terminadores, que vendem o boi gordo para nós, e nós temos que trazer todos para o jogo. Por isso estamos em um processo muito sintonizado, muito cuidadoso com a Faperon, a Federação da Agricultura e Pecuária de Rondônia, em que o presidente, Hélio Dias, tem dado um apoio enorme, também com a CNA, a Mônika Bergamaschi e todo o Instituto CNA em um trabalho muito bem coordenado com os produtores como um todo e com a tecnologia de proteção de dados, de controle das informações, para que a gente possa trazer realmente essa transparência ao processo”, enalteceu.
“O programa (Juntos pela Amazônia) está começando, a gente está desenvolvendo um piloto e o primeiro lugar que a gente vai rodar a proposta em que os nossos fornecedores apresentam a lista de fornecedores deles para conferência da CNA […] é em Rondônia. É um programa lançado há três meses com uma série de esforços acontecendo em paralelo, como a constituição do Fundo Pela Amazônia, a equipe de gestão deste fundo está formada. Entre todas as ações, aquela que mais afeta a cadeia de produção da pecuária de corte é esta da Plataforma Verde – e é essa que nós vamos começar testando em Rondônia. Logo em seguida os trabalhos vão começar no Mato Grosso, onde já temos um acordo encaminhado para começar o trabalho com o Imac e tocar o processo e também no Pará, onde a gente também está fazendo um esforço conjunto com a Acripará e com a Faepa. Então a gente está andando nesses três estados, que é onde a gente tem realmente as fábricas conectadas ao Bioma Amazônico com muita energia”, acrescentou Fábio Dias.
Confira pelo vídeo a seguir a entrevista completa com o zootecnista Fábio Dias, diretor da Friboi na área de relacionamento com pecuaristas:
Fonte: Canal Rural
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