Na Exame, Fábio Alperovitch (FAMA Investimentos) e Suely Araújo (Observatório do Clima) explicaram os riscos que as empresas petroleiras e seus investidores poderão enfrentar no futuro caso participem do leilão de blocos para exploração de petróleo na bacia Potiguar, em áreas próximas ao arquipélago de Fernando de Noronha. Além da incerteza em torno da existência efetiva de óleo nessas áreas e sobre a situação político-econômica atual do Brasil, os impactos potenciais desses empreendimentos em uma das regiões com maior diversidade biológica marinha do Atlântico também podem colocar essas empresas na contramão das preocupações globais crescentes com a proteção do meio ambiente e a transição para uma economia de baixo carbono: “O mercado sabe muito bem que o negócio é arriscado. E pode ser um fiasco, sobretudo em um ambiente político instável, com o governo derretendo empresas estatais de grande porte – inclusive a Petrobrás. E não será por falta de avisos que o setor entrará em um negócio eivado de evidências de riscos, sobretudo reputacionais”, argumentaram Alperovitch e Araújo. “O custo desta aventura continuará a cair no colo das empresas do setor”.
Em tempo: A petroleira Shell anunciou nesta semana que pretende vincular o pagamento de bonificação a seus executivos com o desempenho da companhia em termos de emissões de carbono. A companhia decidiu também suspender a política que associava esse bônus com os volumes de produção de gás natural liquefeito (GNL). Segundo a Reuters, essa mudança coloca os indicadores de emissões de carbono da Shell em pé de igualdade com métricas financeiras, como a geração de fluxo de caixa livre, no cálculo da remuneração de seus diretores em ações da empresa.
Fonte: ClimaInfo
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