O avanço do desmatamento na região do Xingu pode prejudicar um dos maiores polos de produção agrícola do país, que sofrerá com um clima mais quente e seco. Essa é a conclusão de um estudo feito por pesquisadores do Climate Policy Initiative (CPI) e da PUC-RJ, que analisou os efeitos da redução da área florestal no Xingu no estado do Mato Grosso.
De acordo com a análise, a perda de floresta pode reduzir em 7% a média anual de chuvas em MT, especialmente no centro e no noroeste do estado. Na época seca, a redução do nível de chuvas pode chegar a 15%. Daniela Chiaretti deu mais detalhes no Valor.
Os autores fizeram uma modelagem para analisar a relação entre o desmatamento e a incidência de chuvas a partir da umidade e das correntes de ar na região. A pesquisa mostrou que a perda de floresta no Xingu compromete os ciclos de chuva no Mato Grosso, especialmente no inverno, quando o tempo fica mais seco. Com as temporadas secas mais prolongadas, a produção agrícola mato-grossense pode ser impactada, inviabilizando até mesmo a segunda safra em algumas regiões do estado.
Em tempo: Na Câmara dos Deputados, a disposição da bancada ruralista é de enfraquecer ainda mais o projeto de lei que modifica o Código Florestal e permite aos municípios definirem as regras e os limites para ocupação e preservação de margens de rios e corpos d’água em área urbana. Segundo O Globo, o relator do projeto na Câmara, deputado Darci de Matos (SC), quer derrubar as mudanças feitas pelo Senado na proposta, em especial o limite mínimo de 15 metros para proteção das margens. “O meu substitutivo dá total liberdade para o município legislar”, defendeu Matos, sem abordar as críticas feitas por ambientalistas sobre os riscos dessa proposta para a conservação dessas Áreas de Proteção Permanente nas cidades.
Fonte: ClimaInfo
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