Depois de passar os últimos meses escanteado nas discussões e decisões do governo federal sobre a Amazônia, o vice-presidente Mourão tenta aproveitar as encrencas judiciais de Salles e a explosão do desmatamento para retomar o protagonismo na agenda. O primeiro esforço nesse sentido foi propor uma nova operação militar de garantia da lei e da ordem (GLO) para combater o desmatamento.
Segundo Mourão, a ação já foi autorizada por Bolsonaro e depende apenas da definição do orçamento para ser decretada. O que já se sabe é que a nova operação não deverá ter a mesma abrangência e o mesmo volume de recursos da Operação Verde Brasil 2, encerrada no final de abril depois de quase um ano, com o custo final de R$ 530 milhões.
A próxima GLO na Amazônia terá validade de dois meses e o orçamento estimado de R$ 50 milhões. A atuação dos militares também deverá ser mais limitada em termos geográficos, priorizando as áreas da floresta com maior incidência de desmatamento e queimadas. Agência Brasil, CNN Brasil, Folha, Jornal Nacional (TV Globo), O Globo e Valor deram mais detalhes.
O retorno dos militares à Amazônia acontece em meio a uma nova explosão nos números do desmatamento. Na semana passada, o INPE confirmou que os alertas de desmate em maio cresceram 67% na comparação com o mesmo mês em 2020, abrangendo uma área de quase 1,6 mil km2 de floresta. É o pior índice para o mês desde 2015, quando a série histórica do sistema DETER foi iniciada. Desde agosto de 2020, o DETER acumula alertas de desmatamento para mais de 6,5 mil km2. Já se prevê que o período 2020-2021 supere a marca de 2019-2020, quando foram registrados alertas de desmatamento somando 9.216 km2. O Globo, Poder360 e Reuters repercutiram os dados do INPE.
Fonte: ClimaInfo
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