As abelhas são extremamente importantes para o equilíbrio ecológico do planeta, sendo responsáveis por polinizar uma variedade enorme de plantas, entre elas as espécies alimentícias. Não é a toa que a Royal Geographical Society of London declarou que as abelhas são “os seres vivos mais importantes do mundo”.
No entanto muitas espécies de abelhas estão ameaçadas pelas mudanças climáticas, uso de pesticidas, enfermidades e perda de habitat. A extinção das abelhas pode comprometer 30% da produção de alimentos no mundo.
Um fenômeno que têm assustado cientistas e produtores de mel é o CCD, sigla em inglês para Desordem de Colapso da Colônia, quando apiários inteiros desaparecem. A apicultura é uma das maneiras de manter as abelhas vivas e garantir que estes pequenos animais continuem a voar por aí, polinizando as mais variadas espécies vegetais e fabricando mel.
Colmeia inteligente
Os apicultores dos Estados Unidos, Europa e Israel podem contar agora com colmeias inteligentes para garantir uma produção segura e sustentável. A Beewize é uma empresa israelense que desenvolveu um grande equipamento que usa inteligência artificial para monitorar e controlar as colmeias e que pode cuidar de até 2 milhões de abelhas de uma só vez.
O equipamento pesa cerca de 1 tonelada, sem as colônias de abelha e tem 5 metros de comprimento, 2,5 metros de largura e 2 metros de altura.
A mega colmeia inteligente reduz a Desordem de Colapso da Colônia em até 80%, diminui o trabalho manual em 90% e pode aumentar o lucro dos apicultores em 50%, isso tudo cuidando das abelhas de forma automatizada. O controle é feito por meio de um aplicativo que traz todas as informações para o produtor.
Na produção tradicional, os apicultores mantém os apiários onde as abelhas ficam e, na época da colheita recolhem os quadros com o favo e levam para a “casa de mel”, onde fazem a extração do produto em um ambiente esterilizado, devolvendo os quadros de favo para o apiário ao final do processo.
A solução criada pela Beewize concentra todas as etapas de produção de mel em um único lugar. Os engenheiros responsáveis pelo projeto são apicultores que criaram uma grande casa de abelhas que funciona também como uma casa de mel.
As abelhas são monitoradas o tempo todo no equipamento com o uso de inteligência artificial. A manutenção usa robótica e tudo pode ser controlado à distância. O crescimento das abelhas é saudável, a produção de mel aumenta e o uso de mão de obra humana diminui.
O equipamento pode ser alugado por apicultores que mantenham mais de mil colônias de abelhas pelo valor de US$ 15 (algo em torno de R$ 80) mensais. Diferente dos apiários convencionais onde as colmeias são relativamente independentes, o equipamento abriga de 24 a 40 colmeias.
Mas, quando algum problema é detectado em alguma das colmeias ou caixas, este pedaço é isolado e todos os cuidados são adotados para resolver o problema, sem afetar o restante das colmeias. Esta solução pode ser empregada quando algum parasita ou sustância nociva são encontrados pelo sistema de monitoramento.
Braços mecânicos
Outro diferencial é a operação totalmente automatizada da mega colmeia. Braços robóticos, sensores e outros sistemas mecânicos entram em ação na hora de executar atividades que normalmente eram realizadas por humanos, como a aplicação de algum defensivo ou a “enxameação” que é o controle feito pelos apicultores de possíveis superpopulações.
A colheita também é realizada de forma mecânica com a retirada dos quadros, extração do mel e a recolocação nas colmeias. Tudo sem o uso de fumaça ou manejamento das abelhas que são muitas vezes necessários quando há intervenção humana.
Com o monitoramento integral, a colmeia inteligente identifica a necessidade de alimentação complementar, garantindo que as abelhas não abandonem o local. E a alimentação complementar é direcionada apenas para as colônias onde exista esta necessidade.
Temperatura ideal
A variação de temperatura pode afetar a produtividade das colmeias e o bem estar das abelhas. Em temperaturas muito altas, as abelhas ficam dentro das colmeias batendo asas para ventilar o ambiente e garantir a saúde da rainha. Mas quando isso acontece, elas não saem e, além de não produzirem mel usam o mel estocado para sobreviver. Com a automação, a temperatura é mantida em uma faixa saudável para os insetos.
Fonte: CicloVivo
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