Pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego (EUA) publicaram uma análise de como governos e empresas podem viabilizar investimentos no desenvolvimento e aplicação em escala de sistemas de captura e armazenamento de carbono (CCS). Segundo eles, a adoção dessa tecnologia será crucial para que os objetivos de contenção do aquecimento global ao longo deste século sejam atingidos pela humanidade, limitando o aumento da temperatura média do planeta em, no máximo, 2oC com relação aos níveis pré-industriais.
Publicado na revista Nature Communications, o estudo estimou que, da mesma forma como tem sido feito na aceleração do desenvolvimento das vacinas contra COVID-19, os países precisam tratar esse tema como urgência e viabilizar recursos na mesma proporção, o que permitiria construir uma infraestrutura global para CCS.
Pelos cálculos, se um programa emergencial de captura direta do carbono no ar começasse em 2025 e recebesse investimentos anuais de 1,2% a 1,9% do PIB global, os países conseguiriam remover cerca 2,3 gigatoneladas de CO2 até 2050 e até 20 gigatoneladas até 2075. Os ganhos em termos de aquecimento evitado seriam complementados por cortes nas emissões de carbono, o que viabilizaria os objetivos climáticos globais.
Em tempo 1: Paralelamente, um grupo de engenheiros e geólogos britânicos refutou críticas de ambientalistas à viabilidade tecnológica da captura e armazenamento de carbono. Segundo o Guardian, o Reino Unido pretende investir cerca de 1 bilhão de libras esterlinas até 2030 no desenvolvimento dessa tecnologia. Porém, ativistas argumentaram que a CCS não seria uma “maneira confiável” de descarbonizar a economia, e que seus benefícios potenciais não compensam o volume de recursos necessários para seu desenvolvimento. Para os defensores da CCS, por sua vez, as críticas são “injustas” e não consideram todos os benefícios potenciais da tecnologia.
Em tempo 2: Na Bloomberg, Kate Mackenzie também esmiuçou a CCS e o como muitas empresas, especialmente do setor de energia, estão apostando praticamente todas as suas fichas no sucesso da tecnologia para cumprir seus recém-anunciados compromissos climáticos. A dúvida é: vale a pena mesmo “amarrar o bode” no poste da CCS sem complementar o uso dessa tecnologia com ações efetivas de redução de emissões de carbono?
Fonte: ClimaInfo
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