Fabio Teixeira descreveu na Reuters o panorama da situação diplomática do Brasil às vésperas da Conferência do Clima de Glasgow (COP26). Nos últimos dois anos, o país se viu no meio de sucessivas polêmicas internacionais por conta do desgoverno ambiental de Bolsonaro, com efeitos negativos nas searas política e econômica. Por essa razão, a principal preocupação dos negociadores brasileiros nesta COP é deixar para trás a postura de “poucos amigos” adotada na última conferência, em Madri, em 2019.
O negociador-chefe do Brasil em Glasgow, Paulino de Carvalho Neto, já sinalizou maior flexibilidade nas discussões em torno do artigo 6 do Acordo de Paris, o que regulamenta o uso de instrumentos de mercado para redução de emissões. Na COP25, o país foi considerado o principal obstáculo nessas conversas por conta de sua insistência em defender regras mais frágeis para o funcionamento dos mercados de carbono.
Resta saber se a postura de “bonzinho” será suficiente para o Brasil recuperar um pouco do prestígio perdido sob Bolsonaro nos últimos anos.
Em tempo 1: Tal como na Conferência de Madri, a sociedade civil brasileira também estará presente na COP26 de Glasgow no seu Brazil Climate Action Hub. O espaço receberá eventos e discussões internacionais sobre a situação da crise climática no Brasil e, nesta edição, contará com transmissão ao vivo pela internet para facilitar a participação do público. A Exame destacou a agenda do Hub e a mobilização da sociedade civil para mostrar o Brasil sem maquiagem verde na COP.
Em tempo 2: O governo de São Paulo deve anunciar na COP26 uma nova linha de financiamento à pesquisa científica, via FAPESP, para projetos na região da Amazônia. O fundo criado pelo Palácio dos Bandeirantes, da ordem de R$ 100 milhões, permitirá também o aporte de recursos privados e de outras entidades e exigirá ao menos a participação de um pesquisador ou instituto científico amazônico para aplicação dos recursos em projetos de pesquisa. Folha e VEJA deram mais detalhes.
Em tempo 3: Rafael Balago informou na Folha que empresários e investidores norte-americanos pediram ao ministro Paulo Guedes uma sinalização mais forte sobre o compromisso do país em atingir a neutralidade climática em 2050. O grupo, articulado em torno do Brazil-US Business Council, recomendou uma ratificação dessa meta pelo Congresso Nacional, o que daria mais peso à promessa.
Fonte: ClimaInfo
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