Mais preocupado em atacar as instituições democráticas, o presidente Jair Bolsonaro não se deu ao trabalho de participar de uma conferência de líderes da América do Sul para debater a crise climática. A conversa virtual foi encabeçada pelo presidente da Argentina, Alberto Fernández, e teve a participação dos chefes de governos da Colômbia e do Paraguai, além do enviado especial dos EUA para o clima, John Kerry, e do presidente da próxima Conferência da ONU sobre o Clima (COP26), Alok Sharma. O Brasil foi representado pelo ministro do meio ambiente Joaquim Álvaro Pereira Leite.
Eliane Oliveira destacou n’O Globo a opinião de especialistas sobre a ausência de Bolsonaro no encontro regional. Para eles, o fato é mais um indício da falta de preocupação do Brasil com a agenda ambiental e contribui para corroer ainda mais o prestígio internacional do país no tema.
Em compensação, Bolsonaro deu ontem (9/9) as caras na reunião dos BRICS. Mais calmo, o presidente disse que o país “segue comprometido” com o Acordo de Paris. Bolsonaro defendeu os compromissos nacionais de mitigação sob esse regime, a despeito das acusações de que o governo brasileiro enfraqueceu sua contribuição nacionalmente determinada (NDC) apresentada no final de 2020. Bolsonaro também não falou do aumento do desmatamento e das queimadas na Amazônia e em outros biomas, e nem do atraso e das confusões do governo no episódio da contratação de novos servidores para os órgãos ambientais federais. O Globo destacou a fala presidencial.
Em tempo: A ativista Greta Thunberg participa hoje (10/9), a partir das 9h (horário de Brasília), de uma audiência na Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal. O encontro discutirá o novo relatório do IPCC sobre o estado da crise climática e a necessidade de mais ambição pelos países na luta contra a mudança do clima. Greta participará do debate ao lado de Samela Sateré-Mawé, comunicadora indígena de Manaus e representante da Associação de Mulheres Indígenas Sateré Mawé (AMISM).
Fonte: ClimaInfo
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