As metas net zero com mira em 2050 são consideradas por muitos como um avanço, mas se tornam irrelevantes se as ações não começarem imediatamente. A transição precisa avançar rapidamente no curto prazo.
Daniela Chiaretti, no Valor, falou com Adam Steiner, administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), quem citou a frase de J.M.Keynes (no título) para reforçar que “para termos uma chance de net zero em 2050, o que acontece nos próximos anos, até 2030, faz muita diferença.”
Steiner se mostrou otimista, dizendo que, apesar da pandemia, a Europa alocou bilhões de euros para a retomada verde; Biden lançou um pacote de trilhões para o estímulo à transição energética; a Índia implantará 500 GW em renováveis até 2039; e a China alcançará o pico de suas emissões antes de 2030. Vale lembrar que foi o PNUD que assinou aquele vídeo climático que viralizou, no qual um dinossauro invade a Assembleia da ONU e aconselha: “Não escolham a extinção”.
Em tempo: A subida repentina dos preços do gás natural na Europa fez subir em sua esteira o preço do carvão e do petróleo no mundo todo. E o pessoal do nuclear se apressou em voltar a se vender como fonte limpa e climaticamente neutra. Segundo o Valor, o setor pressiona a Comissão Europeia a incluir as usinas na categoria de “energia limpa”. Alemanha, Áustria, Dinamarca, Portugal e Luxemburgo são contra. A ministra do Meio Ambiente alemã, Svenja Schulze, disse que energia nuclear é muito arriscada, lenta e não sustentável. A França batalha pela inclusão da nuclear no rol das fontes limpas, afinal, elas geram 75% da eletricidade consumida no país. A Economist, que também acha que a nuclear é opção, deu uma matéria sobre uma planta semidesativada na Califórnia. Com a onda de calor deste ano, a demanda subiu e, junto, o medo de que a oferta não seria suficiente, o que, para a revista, já é motivo para ressuscitar os dinossauros nucleares.
Fonte: ClimaInfo
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