A CNI ouviu quase 600 empresas de todos os portes sobre a crise de energia. A grande maioria (86%) disse que a principal preocupação é com o aumento do custo da eletricidade. 63% disseram também estar preocupados com a possibilidade de racionamentos e apagões. Em relação às propostas de mudanças no horário de funcionamento, ⅔ pensam serem de muito difícil implantação. Cerca de ⅓ dos pesquisados temem a crise hídrica, tanto por um aumento no custo, quanto pelo risco de racionamento. A notícia é da própria CNI e a pesquisa foi comentada pelos Poder 360, Globo, Metropoles, CNN e Agência Brasil.
A situação das represas segue piorando. O Globo comenta duas notas, uma do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) e outra da CEMIG, ambas afirmando que a situação é bem ruim, mas que o sistema segue suprindo a demanda. Ontem, o website do ONS mostrava que o sistema Sudeste/Centro-Oeste, responsável por 70% da capacidade de armazenamento total do país, estava com menos de 25% da sua capacidade máxima.
Enquanto a ciência adverte para estiagens mais severas e mais frequentes provocadas pela crise climática, Adriano Pires, no Poder 360, segue defendendo mais térmicas a gás natural. Ele critica o planejamento energético por não ter projetado usinas na Amazônia com reservatório, mesmo, com isso, provocando mais desmatamento e agudizando as crises hídricas. E estende a crítica por não ter colocado as térmicas a gás na base.
O relatório do IPCC, que saiu na 2a feira, recebeu críticas pesadas por não ter colocado, em letras garrafais, a culpa da crise climática na queima de combustíveis fósseis. A situação mundial parece estar na beira do abismo. Defender a queima de mais fósseis é, certamente, dar um passo à frente.
As grandes geradoras elétricas estão tendo que segurar a operação das suas hidrelétricas para poupar água e comprar energia mais cara das térmicas para cumprir seus contratos. Segundo o Valor, eventualmente a diferença recairá sobre os consumidores, mas, momentaneamente, ela impacta seus balanços.
A CNN trouxe uma matéria sobre indústrias que começaram a investir em geração renovável própria e em melhorar a eficiência de seus processos. A matéria também fala do mercado livre. Sobre este último, o Valor aponta para o aumento nos calotes por parte de comercializadoras que atuam no mercado livre. Algumas não se prepararam para a diferença de preços entre o que haviam contratado e o mercado spot neste momento de crise.
A Suno deu que, em 22 de julho, a geração eólica bateu outra vez o recorde de geração no Nordeste (11 GWm) ao mesmo tempo em que, segundo a CNN, o governo autorizava aumentar a importação de eletricidade da Argentina (⅔ geração é fóssil) e do Uruguai (97% renovável) e, em outra matéria, buscava ampliar a geração a diesel e gás natural.
Fonte: ClimaInfo
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