Dos Estados Unidos à Turquia, do Chaco argentino às tundras da Sibéria russa, da Europa Ocidental à África Subsaariana. De norte a sul, de leste a oeste, em 2021, o clima global parece ter entrado de cabeça em sua “fase radical”, com eventos climáticos extremos acontecendo mundo afora, sem descanso. O cardápio foi completo: ondas de calor e frio, estiagens, tempestades, incêndios florestais, enchentes relâmpago, nevascas.
A Reuters elencou os principais eventos extremos que aconteceram neste ano, desde a onda de frio que congelou o Texas em fevereiro até a “bomba de umidade” que jogou o volume de chuva equivalente a um mês em apenas dois dias no oeste do Canadá. A estiagem no centro da América do Sul também foi destacada, com os efeitos dela sobre a geração elétrica e a produção agrícola no Brasil.
Já o NY Times fez um especial interativo que trouxe 193 relatos de pessoas ao redor do mundo sobre os eventos extremos enfrentados em 2021. O título é sugestivo e, considerando o noticiário deste ano, autoexplicativo: “Cartões-postais de um mundo em chamas”. O balanço é preocupante: além dos eventos que ganharam destaque, muitas situações passaram batido pela mídia – como, por exemplo, o avanço das tempestades de areia no Sudão, resultado da seca e do desmatamento, que estão engolindo vilas inteiras no interior do país.
No Brasil, o ano de 2021 também se fecha com eventos climáticos extremos. Na Bahia, 51 municípios decretaram situação de emergência por conta das fortes chuvas que atingiram a região na semana passada. Pelo menos dez mortes foram confirmadas pelos bombeiros apenas no sul baiano, além de duas registradas no nordeste de Minas Gerais também em decorrência da chuva. No UOL, o professor Pedro Luiz Côrtes (USP) explicou que as chuvas podem voltar a cair na região nesta semana ou no início da próxima, e existe a possibilidade de que o fenômeno se repita em janeiro. Ele também ressaltou como eventos desse tipo podem se tornar mais frequentes por conta da mudança do clima.
Em tempo: Bombeiros seguem o trabalho de busca e resgate de sobreviventes depois da passagem de uma série de tornados no sudeste dos EUA. No Kentucky, principal estado afetado pelo fenômeno no último final de semana, a boa notícia é que o número de vítimas do desmoronamento de uma fábrica de velas em Mayfield é menor do que o estimado inicialmente pelas autoridades locais. Até ontem à tarde, o governo do estado confirmava a morte de 64 pessoas. Por outro lado, 105 pessoas seguiam desaparecidas. A chefe da agência norte-americana para emergência (FEMA), Deanne Criswell, explicou que as condições meteorológicas que permitiram o surgimento dos tornados foram incomuns, com ar úmido e quente em uma época do ano em que isso não é esperado. Para ela, esse é o “novo normal” em tempos de crise climática: eventos extremos fora dos padrões tradicionais, com impactos ainda mais devastadores para as comunidades e áreas atingidas. Associated Press, CNN, Wall Street Journal e Washington Post destacaram a interação entre crise climática e os tornados nos EUA.
Fonte: ClimaInfo
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