A Norte Energia, operadora da Usina de Belo Monte, vem liberando o mínimo possível de água na Volta Grande do rio, água que não alimenta suas turbinas. Ana Barbosa, do Movimento Xingu Vivo, contou que “em alguns pedaços, o rio Xingu virou uma poça d’água no meio do caminho.” Roberto Brandão, do Amazônia Real, conta que sem uma vazão substancialmente maior, os peixes não conseguem nadar rio acima para se reproduzirem. Mais, indígenas da região não conseguem mais navegar e chega a faltar água potável. Assim, no último dia 9, cerca de 150 pessoas, entre pescadores, ribeirinhos, pequenos agricultores e indígenas fecharam a rodovia Transamazônica em protesto.
Os manifestantes pedem a liberação de muito mais água do que a Norte vem concedendo. Antonia Melo, também do Movimento Xingu Vivo, disse: “Eu moro aqui há 64 anos e nunca tinha visto um sequeiro desses, com os peixes morrendo. Nessa área da vazão reduzida, não tem mais peixe. É uma situação de pobreza extrema, empobrecimento extremo causado por Belo Monte.”
A Norte tem sistematicamente furado compromissos assumidos com a Justiça, sempre alegando que estes inviabilizariam seu negócio. Em resposta ao protesto e ao fechamento da rodovia, a empresa emitiu uma nota dizendo estar “à disposição para agendamento de reunião, tendo como condição para tal, a liberação prévia e total da BR-230 (Transamazônica)”, como se não fosse sua obrigação estar disponível incondicionalmente para conversar com as populações atingidas. E como se o funcionamento da estrada fosse da sua alçada.
Fonte: ClimaInfo
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