Por Priscila Rabassa
O Regatão do Bem, iniciativa social idealizada pelo IDESAM, realizou no último mês, mais uma expedição visando apoiar comunidades tradicionais que passam dificuldades por causa da pandemia gerada pela Covid-19 no Amazonas.
Na ocasião, a expedição percorreu oito municípios do interior do estado, entre eles – Manicoré, Novo Aripuanã, Apuí, Lábrea, Santa Isabel do Rio Negro, Coari, Tefé e Eirunepé. Ao todo, foram entregues 1.273 cestas básicas e kits de higiene, totalizando 15,2 mil kg, beneficiando mais de 4.800 pessoas
A ação social contou com o apoio da The Coca-Cola Foundation que em parceria com Sitawi Finanças do Bem, organização social pioneira no desenvolvimento de soluções financeiras para impacto social, União Br e Phi, doou recursos financeiros para a compra das cestas e kits visando famílias carentes afetadas drasticamente pela pandemia.
Em Lábrea, onde existem quase 3 mil casos confirmados e 40 mortes pela Covid-19, os moradores da Resex do Médio Purus e da Floresta do Canutama, foram contemplados com 110 cestas contendo alimentos e produtos de higiene, beneficiando mais de 400 pessoas.
“Os comunitários estão evitando sair de casa por medo de se contaminarem. No entanto, a dificuldade de escoar seus produtos para vender na cidade fez com que a renda diminuísse, aumentando as dificuldades financeiras das famílias. Assim, doações são sempre muito bem-vindas para amenizar essa realidade”, declara Sandra Maia, da ASPACS (Associação dos Produtores Agroextrativistas da Colônia do Sardinha).
Em Apuí, no sul do Amazonas, a exemplo dos demais municípios visitados pela expedição, moradores de comunidades ribeirinhas e de uma terra indígena também sofrem para se recuperarem dos prejuízos causados pela pandemia.
“A população passa por uma crise desde o início da pandemia, pois com o trabalho reduzido, o dinheiro ficou escasso até para comprar comida ou remédio. Doações de alimentos e produtos de higiene são importantes para ajudar essas pessoas a superarem o período de isolamento”, afirma Vanilse Constante, do IDESAM.
Na Terra Indígena (TI) do Sucunduri, a pandemia acentuou as dificuldades existentes. “A TI é bem distante e isolada de Apuí, o que dificulta o acesso a bens e serviços, deixando os indígenas mais vulneráveis. Por isso, optamos em voltar para ajudá-los novamente”, declara.
Em julho, o Regatão do Bem doou 100 cestas básicas para a TI, com o apoio do Instituto Beraca e DoTerra. Constatando a adversidade que estão vivendo esse período de isolamento, a comunidade entrou novamente na lista para receber doações.
“É uma comunidade pouco conhecida e bastante necessitada, mas cheia de cultura. Nosso sentimento é só de gratidão por poder ajudar todas essas pessoas novamente”, desabafa Vanilse.
O Regatão do Bem avança com ações no combate e prevenção à doença pelo Estado do Amazonas com mais essa distribuição que, além de alimentos, inclui álcool em gel, água sanitária, sabão e máscaras. Os municípios de Apuí e Maués, por exemplo, receberam 2.500 máscaras, cada, doadas pela Malwee e União Amazonas, que estão sendo distribuídas para a população da zona urbana e rural.
Mais 352 máscaras doadas pelo Rede Asta, em parceria com costureiras do movimento Máscara Mais Renda, estão a caminho de Apuí e Lábrea, visando apoiar a população carente dos municípios. Lábrea receberá ainda 1.000 frascos de álcool em gel, doados pelo Greenpeace, que conta com o apoio dos parceiros da FAS (Fundação Amazônia Sustentável) responsável pela logística de envio dos produtos para o interior. Soma-se às ações atividades educativas, reforçando a importância e a necessidade de manter a higiene e o uso da máscara como forma de combater a disseminação do vírus.
Em Apuí, por exemplo, a equipe do Regatão do Bem contou com o apoio da SEMA (Secretaria de Meio Ambiente), da SEMMA (Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Apuí), brigadistas, agentes de saúde e da OIQPA (Organização Indígena Quatro Pena de Apuí) que juntos, realizaram a campanha de combate às queimadas em comunidades localizadas na região do Rio Aripuanã, entre os municípios de Apuí e Novo Aripuanã, levando informações sobre o assunto.
Em Manaus, quase 4 mil frascos de álcool gel, doados pela Natura, em parceria com o Greenpeace, foram entregues para o GACC (Grupo de Assistência à Criança com Câncer no Amazonas), a creches e a população de bairros carentes, assistidas pela equipe dos Mudadores de Rua.
Unindo forças
De acordo com a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS/AM), até o momento, o estado do Amazonas já ultrapassa a triste marca dos 156 mil casos confirmados e mais de 4.300 mortes pela doença.
Para Paola Bleicker, diretora-executiva do IDESAM, a iniciativa do Regatão do Bem é levar apoio alimentar e de saúde; práticas capazes de amenizar um pouco as dificuldades enfrentadas pela população ribeirinha, áreas onde o suporte do poder público é menor.
“É evidente que por causa da pandemia as comunidades ficaram mais vulneráveis. Nosso desejo é tentar amenizar o máximo possível essas adversidades, dando suporte alimentar, doando medicamentos e kits de higiene para tentarem se proteger desse vírus que pode matar”, declara Bleicker.
Até agora, o Regatão do Bem, com o apoio de seus parceiros, já apoiou 12 municípios do Amazonas com a distribuição de mais de 93 toneladas de alimentos, produtos de higiene, medicamentos e EPIs (equipamentos de proteção individual), impactando positivamente a vida de mais de 18 mil pessoas.
Além disso, para comemorar o Dia das Crianças, celebrado no mês de outubro, a equipe do IDESAM, com sede em Manaus, arrecadou entre si recursos para comprar brinquedos que foram doados para as crianças das comunidades de Caribi e Caranatuba, ambas localizadas na RDS (Reserva de Desenvolvimento Sustentável) Uatumã.
Para o Regatão do Bem continuar na ativa é preciso receber doações. Por isso, empresas, instituições ou pessoas físicas que queiram contribuir podem entrar em contato pelas redes sociais no Facebook, Instagram ou Twitter (@idesam), ou fazer a doação diretamente no link idesam.org/apoie.
Fonte: IDESAM
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