Cafeicultores indígenas de Rondônia estão produzindo Robustas Amazônicos especiais e sustentáveis que devem chegar em breve às mesas dos brasileiros. Este produto é resultado de uma ação de desenvolvimento social, que vai além da relação comercial e se baseia em um modelo de produção sustentável. Este é o assunto da live que será realizada pela Embrapa, em parceria com o Grupo 3corações, no dia 13/11, às 19 horas, no horário de Brasília, no canal da Embrapa no Youtube (www.youtube.com/embrapa).
Participam deste bate-papo Pedro Lima, presidente do Grupo 3corações, a maior empresa de cafés especiais do Brasil; Adriana Martin, diretora-executiva de Inovação e Tecnologia da Embrapa; Diná Suruí, cafeicultora indígena; Silvio Leite, especialista e consultor em processamento e análise sensorial de cafés especiais, considerado uma referência no assunto, no Brasil e no mundo; Leo Moço, diretor do Grupo Café do Moço e tetracampeão brasileiro de barismo; Patrícia Carvalho, gerente de Projetos Especiais da 3corações e Enrique Alves, pesquisador da Embrapa Rondônia que atua com foco em colheita, pós-colheita e qualidade do café. A moderação será de Renata Silva, jornalista da Embrapa Rondônia.
As ações voltadas para a produção de cafés especiais por indígenas de Rondônia tiveram início em 2018, por meio de projeto de transferência de tecnologias da Embrapa com três famílias produtoras de café na Terra Indígena Rio Branco, em Alta Floresta d’Oeste. Este trabalho teve parceria da Secretaria de Agricultura do Município e apoio da Fundação Nacional do Índio – Funai. Neste mesmo ano, o indígena Valdir Aruá conquistou o 2° lugar no Concurso de Qualidade do Café de Rondônia – Concafé e representou a cafeicultura do estado no estande de Rondônia na Semana Internacional do Café, maior evento do setor do País, que ocorre anualmente em Belo Horizonte.
Foi neste estande, em novembro de 2018, que o Grupo 3corações conheceu os indígenas e sua história com o café. Já em janeiro de 2019, representantes do Grupo estiveram em Rondônia e deram início ao projeto Tribos, ampliando o trabalho para 132 famílias indígenas produtoras de café no estado, localizadas nas Terras Indígenas Sete de Setembro, no município de Cacoal, e Terra Indígena Rio Branco, em Alta Floresta D’Oeste. O projeto conta com a parceria da Embrapa Rondônia, Funai, Emater-RO, Secretaria de Agricultura de Alta Floresta D’Oeste e Câmara Setorial do Café.
Atualmente, estes cafeicultores indígenas produzem cerca de 1.300 sacas de café por ano, que são adquiridas, em sua totalidade, pelo Grupo e valorizadas de acordo com critérios de qualidade. Neste projeto, a 3Corações fomenta a assistência técnica e extensão rural privada e pública, a partir das estratégias tecnológicas definidas pela Embrapa Rondônia. Também oferece infraestrutura, equipamentos e logística de escoamento da produção.
A ação agrega valor aos lotes de cafés especiais que são adquiridos pela empresa pelo dobro do valor do café tipo commodity. Também promove um concurso, valorizando a qualidade dos grãos produzidos e o cafeicultor indígena. O campeão do concurso Tribos chega a ganhar R$30 mil e as premiações vão até o 10º colocado. Além disso, 100% do lucro com a venda dos Robustas Amazônicos de origem indígena serão revertidos para o Projeto Tribos.
Segundo Enrique Alves, pesquisador da Embrapa Rondônia, o café produzido por essas famílias indígenas e por toda a região é, cientificamente, reconhecido como Robusta Amazônico. “Isso agrega origem e valor a um produto único que será, em breve, reconhecido como a primeira Indicação Geográfica de Cafés Canéforas (robusta e conilon) sustentáveis do mundo”, complementa o pesquisador.
Para Alves, o café Tribos é único e transformador para a cafeicultura nacional. Pois, em um único produto traz a história de vida e o reconhecimento do trabalho indígena, a valorização dos cafés canéforas e um exemplo de produção sustentável na Amazônia. De acordo com a empresa, “Poucas vezes uma parceria público/privada tem a oportunidade de quebrar tantos paradigmas em um único trabalho, promovendo o desenvolvimento econômico e social do país”, conclui.
Fonte: Embrapa
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