Poucos dias depois de ultrapassar a marca anual de 16 mil focos de incêndio, o Pantanal bateu outro recorde: com mais de 6 mil focos registrados apenas nos últimos 25 dias, o mês de setembro de 2020 já é o mais devastador da história na região. O UOL destacou que, somente no último dia 12, o INPE identificou 1.093 pontos de fogo em 24 horas. A área queimada no Pantanal neste ano chegou a 23 mil km2.
Especialistas apontaram para o risco das queimadas esgotarem reservas de alimento para animais terrestres e aquáticos. Nesse cenário, nem mesmo a onça, que ocupa o topo da cadeia alimentar pantaneira, conseguirá encontrar comida no Pantanal pós-queimadas, como bem apontou Ana Lucia Azevedo n’O Globo. Ouvida pelo Estadão, a pesquisadora Cátia Nunes de Cunha (UFMT) estimou que o bioma precisará de cerca de 50 anos para se recuperar, isso se supormos que não teremos destruições similares acontecendo no futuro.
Em entrevista ao Correio Braziliense, a ex-presidente do Ibama, Suely Araújo, ressaltou o impacto da lentidão do governo federal em reagir aos incêndios no Pantanal, o que contribuiu para que o fogo se proliferasse na região ao longo do tempo. Como exemplo, ela citou o atraso de três meses na contratação de brigadistas de incêndio, que aconteceu já durante a temporada pantaneira seca.
E, para piorar, pessoas mal intencionadas estão se aproveitando das queimadas no Pantanal para cometer fraude, montando campanhas falsas de arrecadação de recursos para ajudar no combate ao fogo. Poder360 deu mais detalhes sobre isso.
Em tempo: O Estadão informou que a comissão externa do Senado para o Pantanal está se organizando para aprovar ainda neste ano uma nova lei, com diretrizes e normas ambientais específicas para o bioma. O “Estatuto do Pantanal” já conta com uma minuta e deve ser discutido pelos parlamentares nas próximas semanas.
Fonte: ClimaInfo
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