A carta enviada a Mourão por 230 organizações ambientais e empresas ligadas ao agronegócio apresentando um conjunto de propostas para o combate ao desmatamento na Amazônia motivou ontem (16/9) uma reunião de Mourão com Salles e Tereza Cristina. De acordo com o Estadão, eles entenderam que as propostas já estariam sendo tocadas. Por ora, Mourão não anunciou nenhuma ação adicional a partir das propostas.
Em compensação, o general-vice voltou a contestar as cobranças internacionais sobre a situação ambiental no Brasil, acusando “parte do mundo” de ter “uma visão distorcida sobre o desmatamento ilegal e queimadas na Amazônia”, como sempre sem dizer que “parte do mundo” é essa e de que maneira sua visão seria “distorcida”. Mourão também defendeu a regularização da mineração em Terras Indígenas, argumentando que isso seria mais uma maneira para proteger o meio ambiente.
Em tempo: Dois textos interessantes ressaltam como a máscara da “moderação” de Mourão está se quebrando. No Direto da Ciência, Claudio Angelo, do Observatório do Clima, ressaltou a preocupação frequente do vice em ter “perdido o domínio da narrativa” sobre a Amazônia – como se isso fosse o problema mais grave do governo nessa área. “Deixe-me apenas dar um conselho: se quer retomar o ‘domínio da narrativa’, um bom jeito de começar é parar de mentir”, escreveu Angelo. Já na Folha, Ruy Castro foi mais seco. “Mourão deve sentir-se reconfortado por ser apenas o vice-presidente dessa miséria – confiante de que, por sua função subalterna, não será cobrado por ela. Mas é aí que se engana. Ele faz parte do governo. Ao ser tão ‘compreensivo’ diante do que vê e que sabe, está pondo seu jamelão no que acontece lá dentro. A não ser que não veja nem saiba nada, e seja mesmo só decorativo – como se julga”.
Fonte: ClimaInfo
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