Dinheiro que deveria estar sendo efetivamente gasto para conter o desmatamento e as queimadas na Amazônia está sendo utilizado para a compra de latas de tinta, portas e janelas, troca de telhados, instalações elétricas, entre outros itens que pouco ou nada têm a ver com a proteção do meio ambiente. Esse é o balanço da análise feita pela Piauí sobre os gastos da Operação Verde Brasil 2, iniciada em maio passado sob comando das Forças Armadas como a principal iniciativa do governo Bolsonaro para reduzir a taxa de desmatamento na Floresta Amazônica. No entanto, parte desses recursos está financiando a reforma de instalações militares.
Ao mesmo tempo, os órgãos ambientais federais seguem à míngua, com cortes orçamentários e esvaziamento de atribuições e de capacidades. E esse cenário deve persistir: Mourão confirmou que os militares continuarão encabeçando os esforços do governo para o combate a ilegalidades na Amazônia até o final de 2022. Correio Braziliense, Estadão, O Globo e Reuters repercutiram a notícia.
Em tempo 1: O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu investigar a execução orçamentária do Ministério do Meio Ambiente (MMA) em 2020, quando o ministro Ricardo Salles só gastou 0,4% dos recursos destinados às ações finalísticas do órgão. Segundo o acórdão ao qual O Globo teve acesso, os ministros decidiram ampliar uma investigação que já tramitava sobre os gastos de Salles à frente do MMA em 2019.
Em tempo 2: Mesmo com o Pantanal em chamas e a Amazônia em crise crônica desde o ano passado, Ricardo Salles passou muito mais tempo despachando na cidade de São Paulo do que visitando essas regiões em 2020. A Folha fez as contas das viagens oficiais que o ministro fez para fora de Brasília desde janeiro e mostrou que ele gastou ao menos 25 dias deste ano em eventos e reuniões na capital paulista. Já na Amazônia, foram apenas quatro. No Pantanal, dois míseros dias.
Fonte: Climainfo
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