Augusto César Barreto Rocha (*)
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Haverá uma nova vereda para ser trilhada no Brasil contemporâneo? Parece que não.
Qualquer microempreendedor que mantém seu negócio no segundo ano, aprende no início de sua jornada que a padronização de solução para diferentes problemas, com diferentes causas é um equívoco de acadêmico de administração que não consegue nem administrar seu quarto. É desolador observar jornalistas profissionais, analistas experientes ou gestores querendo aplicar uma única solução para os problemas de um país complexo e grande como o Brasil. Além disso querem aplicar sempre a mesma solução para qualquer natureza de problema. Nem unguento é assim.
Não há soluções absolutas para problemas diversos. Água com sal não servirá para pressão alta e pressão baixa. A solução da mobilidade urbana de Manaus não será o metrô de Londres ou um conjunto de viadutos. É uma alegria ver pessoas enaltecendo a ciência, que é seguida por uma tristeza não as ver aplicando-a na sentença seguinte – ou na atitude seguinte. A pior pandemia que estamos inseridos é a da desinformação, pois mata o físico e a esperança.
Os Engenheiros do Caos
Giuliano Da Empoli, em seu livro “Os Engenheiros do Caos”, elucida muitas das dúvidas que tinha, e as que eu não sabia ter, sobre a forma de movimentar a opinião por meio de uma ação pura de raiva e ódio. Há um algoritmo de manipulação por trás de tudo isso. Recomendo ao leitor, pois em meio a esta confusão contemporânea, onde alguns se trancaram e outros se soltaram, há pessoas ganhando.
Os barulhos são feitos para ocultar o que se quer fazer ou por conta do que não se pode ver? Precisaremos ficar mais atentos com tudo o que se passa, pois a manipulação está mais sutil que antes e o trio de ouro que, é repetido sempre como mais “saúde, educação e segurança” não parece estar mais perto do que a “necessidade do desenvolvimento”.
Haverá uma nova vereda para ser trilhada no Brasil contemporâneo? Parece que não. Os caminhos ainda estão longe de serem construídos. Ao invés de se educar, queremos educar o outro a ser nosso clone. Optamos pela intolerância e ela está sendo propositadamente maximizada, para buscar a manipulação, criando conciliações fajutas e oportunistas para pequenos grupos, sob diversos mantos. Muitos dos vigilantes do fato estão preferindo este jogo. Deve ser mais rentável.
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