Foto: Gisele Alfaia
Nelson Azevedo (*) [email protected]
A frase é de Confúcio, e se presta a quem pretende planejar, se preparar para enfrentar o amanhã. Aqui, na continuidade de nosso programa de desenvolvimento, temos um aprendizagem a assimilar se quisermos construir um futuro diferente do que vivemos até aqui com os travamentos sistemáticos do PPB – Processo Produtivo Básico, que liberam a produção de novos itens no Polo Industrial de Manaus – desde que este instrumento de controle foi inventado. Para se ter uma ideia, o PPB de fármacos, que a empresa Novamed esperou mais de quatro anos para liberar, é um dos processos mais coerentes com nossa vocação de negócios. Somos a maior floresta tropical do planeta e aqui brotam nos poros da mata 20% de todos os princípios ativos da Terra.
Retrovisor é contextualização
Deixemos claro que não se pode ficar olhando para trás a chorar o leite derramado. Nossa obrigação é estudar os obstáculos e entender o melhor jeito de supera-los. Não há culpados nem inocentes porque não somos juízes. No máximo, observadores. E se queremos emitir juízo de valor sobre algum problema, temos direito apenas de nos colocar em questão perguntando onde foi que eu errei. Assim procedendo, vamos desviar a trilha de situações objetivamente insolúveis e aprender com quem soube saltar obstáculos.
Reunião PPB em Manaus
E é nesse contexto que merece aplausos a intervenção objetiva e convincente da Suframa para liberar os travamentos tão perniciosos para o adensamento e diversificação de nossa planta industrial. Em duas reuniões do PPB, uma em Brasilia, em agosto, e outra em Manaus – acreditem quem quiser – na semana passada, ambas com o compromisso de destravar tudo até dezembro deste ano. O Coronel Alfredo Menezes, alinhando diplomacia e determinação, liderou este processo com galhardia e destemor. O PPB da Luminária de Led entrou naquela lógica da ,”farinha pouca meu pirão primeiro”. Manaus tem 0,64 das indústrias do Brasil. Somente São Paulo tem 30%. Temos 8% do Bolo Fiscal e eles tem 50%. Que balança justa é esta de equilíbrio regional?
É preciso ficar atento e forte
Estaremos na expectativa do Programa Brasil Mais, para aumento da produtividade de pequenas e médias empresas. O governo federal escalou o SENAI como parceiro, reconhecendo os acertos e avanços desta instituição mais do cinqüentenária. A ideia é levar produtividade ao nível da OCDE. A iniciativa se pautou em dados objetivos que diagnosticaram a baixa produtividade da economia brasileira e de olho em aumentar as chances de integrar o “clube dos países ricos” da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Crescer 4% ao ano
Essa iniciativa, que deve ser anunciada pelo Ministério da Economia no fim de fevereiro e atender de 250 mil a 300 mil empresas até 2022, foi rebatizada de”Brasil Mais”, o programa é uma expansão reformulada do “Brasil Mais Produtivo”. Já havíamos anotado este problema lá atrás. As pequenas e médias empresas brasileiras têm em média 20% da produtividade das grandes. Queremos chegar à média da OCDE, que é de 50%. Se isso ocorrer, o Brasil poderá crescer mais de 4% ao ano”, disse ao Estadão/Broadcast o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa. No projeto de diversificação e interiorização do desenvolvimento, este programa cai como uma luva e nos desafia a equilibrar o desenvolvimento entre a capital e o interior.
(*) Nelson é economista e empresário, e ocupa a vice-presidência da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas.
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