Leandro Prazeres revelou em O Globo que um grupo de indígenas da etnia Parakanã acusou o ministério da mulher, família e direitos humanos (MMFDH) de intermediar e participar de uma reunião “surpresa” com fazendeiros para pressionar os caciques a aceitarem uma proposta que reduziria o tamanho da área demarcada para a comunidade. O grupo, que vive na Terra Indígena (TI) Apyterewa, no sul do Pará, encaminhou denúncia ao Ministério Público Federal (MPF).
De acordo com o relato, as lideranças indígenas que participaram do encontro ficaram presas e sem comunicação externa em uma fazenda por três dias até concordarem com a redução de suas terras. “A ação do governo de querer propor a redução do nosso território, assediando e dividindo nossas lideranças é uma medida claramente inconstitucional”, afirmaram os indígenas em carta ao MPF. A pasta chefiada pela ministra Damares Alves reconhece a realização da reunião, mas nega que ela tivesse por objetivo forçar os indígenas a aceitar a redução de seu território.
Em tempo: O governador de Rondônia, o bolsonarista Marcos Rocha, pretende desmembrar cerca de 203 mil hectares de duas Unidades de Conservação do estado com o objetivo de redistribui-los para o controle de entes privados. Segundo Rubens Valente no UOL, a proposta prevê que a RESEX Jaci Paraná e o Parque Estadual Guajará-Mirim perderiam uma área equivalente à soma dos municípios de São Paulo e Porto Alegre. Mesmo sob proteção legal, essas áreas já sofrem com invasões, desmatamento e grilagem. Rocha justifica a medida, dizendo que ela “atende uma demanda social existente” e que irá “minimizar os conflitos sociais e ambientais” na região.
Fonte: ClimaInfo
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