Uma investigação do portal E&E News revelou que duas das maiores montadoras de automóveis dos EUA, Ford e General Motors (GM), já tinham ciência do impacto que as emissões de gases de efeito estufa gerados por seus motores representavam para o clima nos anos 1960. Ainda assim, as duas companhias gastaram os últimos 50 anos realizando lobby pesado para enfraquecer os esforços globais para conter a mudança do clima.
De acordo com a reportagem, a cientista Ruth Reck, que trabalhava com pesquisa e desenvolvimento na GM, apresentou em 1965 dados que sugeriam que o crescimento contínuo das emissões de dióxido de carbono aumentaria a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, o que resultaria em aumento das temperaturas médias no planeta. Esses dados chegaram a ser apresentados a pelo menos três executivos de alto nível da montadora, incluindo um ex-presidente e CEO. Algo similar aconteceu na Ford: o físico Gilbert Norman Plass, que atuava na divisão autotrônica da companhia, antecipou boa parte das conclusões de sua colega na GM em 1960. Nos dois casos, as montadoras permitiram que eles apresentassem esses dados em revistas científicas, mas sem aproveitar as informações em seus produtos.
Em tempo: Milhões de carros usados altamente poluentes, cada vez mais restritos em mercados desenvolvidos na Europa e nos EUA, estão encontrando abrigo em países africanos. De acordo com relatório lançado ontem (26/10) pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA), entre 2015 e 2018, cerca de 14 milhões desses veículos foram exportados da Europa, Japão e EUA, sendo que mais da metade deles foi para a África. O documento estimou que pelo menos 80% do total de veículos usados “despejados” em países pobres nesse período não atendem ao padrão mínimo para circulação na Europa, o Euro 4. A BBC trouxe outros detalhes deste levantamento.
Fonte: ClimaInfo
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