A organização WWF-Brasil aproveitou o Dia do Pantanal (12 de novembro) para lançar uma exposição internacional de fotos da maior planície úmida do planeta. O conceito da coleção de imagens é mostrar o bioma em três momentos cruciais vividos em 2020: em seu esplendor, durante as queimadas e na fase subsequente, quando o bioma tenta se recuperar.
Intitulada “Pantanal: Vida, Morte e Renascimento”, a mostra acontece em ambiente virtual e, portanto, está acessível à população dos três países pelos quais o bioma se estende: Brasil, Bolívia e Paraguai.
A exposição reúne imagens poderosas e emblemáticas da riqueza da biodiversidade e sua emocionante resiliência capturadas pelas lentes de renomados fotógrafos brasileiros, bolivianos e paraguaios, como Araquém Alcântara, André Zumak, Nathália do Valle e Reynaldo Leite Martins Júnior (Brasil), Alejandro de los Rios e Stefflen Reichle (Bolívia) e Lourdes Matoso Mendez e Tatiane Galluppi Selich (Paraguai).
Em seu conjunto, as 24 fotos narram a tragédia que se abateu na região pela conjunção da ação da natureza, na forma da maior seca já registrada desde 1973, com a ação humana, que iniciou os incêndios. Embora exaustivamente expostas pela imprensa, as imagens do período de queimadas ainda são uma forte denúncia da exploração insensata da natureza – denúncia esta que se torna ainda mais forte frente ao contraste de como o bioma se encontrava antes das queimadas.
Mas a exposição visa também ressaltar a capacidade regenerativa do Pantanal e a consequente importância de preservação desse bioma nos próximos anos, notadamente as áreas destruídas em 2020. No acumulado dos dez meses deste ano, 4,2 milhões de hectares foram queimados no Pantanal, equivalentes a quase um terço do bioma – uma área que agora precisa de tempo para se recompor. Diversas imagens da exposição mostram que esse renascimento já começou e alimentam a esperança de que o Pantanal recupere sua pujança.
A exposição também mostra a resiliência dos povos da região. A brasileira Nathália do Valle optou por mostrar os rostos das pessoas que moram no bioma como símbolo de esperança e renascimento. Tatiane Galluppi Selich, por sua vez, retratou um mito da cultura Yshir Ybytoso, que só existe no Pantanal paraguaio e que, assim como o bioma, está ameaçado.
Para os Yshir, Nemurt é um ser poderoso que representa o equilíbrio do mundo através da bengala que ele segura sobre os ombros: se ele ficar cansado e o abaixar, os seres humanos deixarão de existir. A fotógrafa incluiu esta imagem para mostrar a necessidade de respeito pela cultura e tradições ancestrais, que também precisam ser preservadas.
A exposição é realizada em parceria com a Sciacco Studio e ficará disponível de 12/11 a 27/11 na plataforma Kunstmatrix.
Confira algumas fotos da exposição:
Fonte: Ciclo Vivo
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