Um estudo conduzido pela equipe do professor Raoni Rajão, da UFMG, desmentiu a falácia levantada pelo governo federal para justificar a explosão das queimadas do Pantanal em 2020: a lenda do “boi bombeiro”. Os pesquisadores analisaram a relação entre a concentração de bois e de focos de incêndio em áreas pantaneiras, e descobriram que, ao contrário do que dizem Tereza Cristina e Salles, a quantidade de focos de incêndio é maior em municípios nos quais há mais cabeças de gado.
Renato Grandelle destacou n’O Globo que, de acordo com os pesquisadores, o consumo de pastagem pelos bois reduz a intensidade das chamas, mas o fator preponderante para as queimadas é o uso do fogo para o manejo de pastagem – o que explicaria a correlação positiva entre concentração de gado e focos de incêndio. A Folha também relatou o estudo e trouxe a avaliação das secretarias estaduais de meio ambiente de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que também não enxergam a associação entre mais gado e menos incêndios no Pantanal. O UOL também repercutiu o estudo.
Enquanto o governo perde tempo com o “boi bombeiro”, o Jornal Nacional (TV Globo) mostrou a situação de insegurança alimentar que muitas famílias estão sofrendo no Pantanal, arruinadas pelas queimadas e sem condições de comprar comida.
Em tempo 1: O ministério do meio ambiente suspendeu a compra de 20 mil litros de retardante de fogo, que seria feita em regime de urgência (sem licitação pública), depois da imprensa noticiar que técnicos do Ibama não tinham recomendado o uso da substância sem uma avaliação mais cuidadosa dos seus impactos sobre o meio ambiente. A decisão foi comunicada à Justiça Federal da 1ª Região, que recebeu na semana passada uma ação popular movida contra a União, o governo de Goiás e o fabricante do produto. Estadão deu mais informações.
Em tempo 2: E a ciranda de cadeiras não termina no Ibama. A chefia do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PrevFogo) será assumida pelo bombeiro militar do Distrito Federal Ricardo Viana Barreto, que será o 3º nome em menos de dois meses a passar pelo posto. Na semana passada, José Carlos Mendes de Morais pediu exoneração da função com apenas um mês no cargo. Tudo isso enquanto Pantanal e Amazônia vivem meses de incêndios e devastação. Estadão, Folha e O Globo deram destaque para a notícia.
Fonte: ClimaInfo
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