Gina Moraes
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A visão moderna de verdade foi construída ao longo de séculos, desde a Antiguidade, misturando as concepções grega, latina e hebraica.
Em grego, a verdade (aletheia) significa aquilo que não está oculto, o não escondido, manifestando-se aos olhos e ao espírito, tal como é e evidente à razão.
Em latim, a verdade (veritas) é aquilo que pode ser demonstrado com precisão e refere-se ao rigor e à exatidão. Tomás de Aquino definiu a verdade como expressão da realidade.
A verdade que liberta, encontrada na Bíblia em João, 8:32, demonstra claramente a necessidade de vivermos conscientes do que nos cerca e da libertação que somente o conhecimento da verdade trará.
De forma analógica, a falta dessa verdade é o que nos aprisiona hoje a uma vida de incerteza, seja política, seja jurídica, seja social. Não sabemos o que o político, em quem votamos nas últimas eleições, fez com o dinheiro público nem onde o tributo pago com nosso trabalho foi aplicado. A verdade que deveria libertar-nos, aprisiona-nos. Como mudar esse jogo? Como sairmos de vítimas dessa ausência de verdade para transformarmos o futuro que se avizinha? Como ouvi esses dias: “Nenhum homem é livre se não é mestre de si mesmo”. Assim, ou o cidadão brasileiro passa a conhecer a verdade que o esmaga ou será para sempre massa de manobra. Não temos mais tempo para isso.
Aqui, no Amazonas, ou a verdade nos fortalece ou iremos afundar juntos e assistir à nossa Zona Franca de Manaus naufragar de uma vez por todas e quando isso acontecer, qual rumo iremos tomar? Ainda sentiremos um misto de nostalgia, letargia e vergonha como aconteceu com a morte do comércio da borracha?
Nunca enfrentamos uma crise de sobrevivência da Zona Franca de Manaus como a destes tempos. E, quando mais é necessário estarmos unidos, coesos como uma fortaleza, restamos dispersos, olhando cada um para seu umbigo! E o algoz, aquele que nos manda o fogo amigo, está à espreita, como um demônio a nos vigiar, para dar o golpe da morte. Somente a verdade nos livrará desse destino. Não sucumbiremos se nos levantarmos e mostrarmos ao mundo a nossa “verdade”. A verdade que todos, mundo afora, querem e somente nós, os brasileiros, não conhecemos. Será que os Estados Unidos, hoje, se possuíssem o Amazonas, não concederiam incentivos fiscais para proteger essa riqueza, essa imensidão de floresta? Deveríamos fazer uma pesquisa simples: Países que compõem o G-8, Estados Unidos, Canadá, França, Reino Unido, Alemanha, Itália, Japão e Rússia, algum de vocês quer “um Amazonas”?
Proteger o Amazonas, sua floresta com mais de 95% de sua camada vegetal preservada, sua riqueza e sua gente passam pela manutenção Constitucional dos Incentivos Fiscais aqui concedidos. A verdade resta na certeza de que aqui não somos devedores do resto Brasil, somos, sim, credores do mundo inteiro. Brasil tome conta e cuide do que lhe pertence com amor, carinho e cuidado e faça do Amazonas a menina dos seus olhos. Mostre ao mundo que aqui existe a Zona Franca de Manaus, modelo que deve ser mantido para proteção das gerações futuras. Caso esse modelo de desenvolvimento desapareça, como alguns insistem em advogar, o Amazonas, seu meio ambiente e o futuro global estarão em risco.
O Amazonas não é o vilão do Brasil. O Amazonas é a salvação do Brasil. Essa verdade deve ser ensinada e mostrada Brasil afora, em todas as escolas públicas e privadas, parlamentos estaduais, federais e municipais. Deve ser feita uma campanha constante para mostrar ao mundo o que representamos, qual a nossa verdade, e qual o nosso papel neste cenário.
Necessário e imprescindível sim, ajustar o que precisa, dar dignidade a esta gente que aqui vive. Dignidade que passa pela educação, saúde, segurança, saneamento básico. Dar-nos a verdade que nos libertará do jugo da política rasteira, feita na escuridão dos desvios dos recursos públicos.
Caso continuemos remando em sentido oposto uns dos outros, melhor arrumarmos a mala e o último que ficar, apague a luz, por favor!
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