A webconferência realizada pelo Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), “Desmatamento e Queimadas na Amazônia: desafio de todos!”, ocorrida na nesta sexta-feira (17), debateu os níveis de desmatamento e de queimadas na Floresta região amazônica.
Além disso foram apresentadas possíveis soluções e as obrigações públicas para fomentar uma maior preservação da floresta amazônica.
Dentre as temáticas abordadas pelos palestrantes, foram discutidas políticas públicas para solucionar o aquecimento global e a preservação da Amazônia. Bem como as consequências irreversíveis ocasionadas pelo desmatamento e as mudanças necessárias para garantir uma nova bioeconomia com base no bioma amazônico.
Participaram como conferencistas os doutores Carlos Nobre, presidente do Comitê International Geosphere Biosphere Progamme (IGBP); Ricardo Galvão, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe); e Ismael Nobre, especialista em desenvolvimento sustentável, manejo de áreas protegidas e ecoturismo.
Novas tecnologias
Um dos palestrantes, o biólogo Israel Nobre apresentou o projeto “Amazônia 4.0 – uma terceira via para a Amazônia”. Além disso, demonstra que há alternativa econômica sustentável viável para itens do bioma amazônico.
“O projeto Amazônia 4.0 representa o uso da novas tecnologias que nunca estiveram disponíveis para propiciar um desenvolvimento econômico da Amazônia, com respeito à floresta, a partir dos valores da floresta”, destacou.
Segundo ele, a bioeconomia promovida pelo projeto é baseada no uso dos ativos biológicos e biométricos para desenvolver a Amazônia. Nobre exemplificou a bioeconomia com o uso do açaí, de diferentes formas. Bem como em distintos lugares, gerando mais de US$ 1 bilhão para a Amazônia, sem devastar a floresta.
Para implementação das tecnologias, o pesquisador apontou os desafios para se agregar valor no interior do território amazônico. Por exemplo, o isolamento, ausência de infraestrutura e logística, bem como de equipamentos e treinamentos seriam as barreiras a serem vencidas.
Níveis alarmantes
Durante webconferência, Carlos Nobre, afirmou que o desmatamento da Amazônia alcançou níveis irreversíveis. Ele é presidente do comitê científico do International Geosphere Biosphere Progamme.
“Não estamos, infelizmente, longe desse ponto de não retorno. Se em meados de 2050, este cenário com a mudança climática, o desmatamento em 20% e os efeitos do aumento nos incêndios florestais, teremos uma parte de savana que tornaria as consequências irreversíveis na floresta amazônica”, ressaltou o pesquisador.
O pesquisador destacou que o avanço do desmatamento na região e as queimadas estão convertendo uma grande parte da Amazônia em espécies de savanas. A partir disso, irá refletir diretamente na condição climática da região. Sobretudo pode influenciar, negativamente, na biodiversidade do bioma amazônico.
Debates
Ao final das apresentações, o presidente da Associação Nacional de Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), conselheiro Fabio Nogueira, e o Secretário de Estado de Meio Ambiente (Sema), Eduardo Taveira, debateram acerca das temáticas abordadas pelos pesquisadores.
De acordo com Fábio Nogueira, “os Tribunais de Contas podem e devem atuar de ofício nas questões ambientais”.
O conselheiro afirmou que “precisamos difundir e estimular essa atuação no controle ambiental preventivo. Penso que se houver vontade política e determinação, é possível uma ação mais firme dos órgãos de controle. Todos os estudos apresentados hoje aqui apontam para um ponto convergente: a preservação da floresta é crucial”.
Para o secretário da Sema, Eduardo Taveira, “não é difícil comunicar a Amazônia, mas é complexo. É necessário que essa comunicação acompanhe e seja fidedigna, para que haja esse reconhecimento da sua importância”, frisou.
Fonte: Brasil Norte Comunicação
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