“Grupos de pessoas idosas de Itacoatiara, mapeadas pela Igreja Católica do Município, bem como os pacientes do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, da capital paulista, receberam lotes de EcoNut da Família Vergueiro, a castanha produzida na Fazenda Aruanã. Certamente, terão um adicional de proteção contra a peste do novo coronavírus ao consumir o legítimo Selênio da Amazônia,”
A castanha-do-Brasil e a Covid-19
Alfredo Lopes (*)
_______________________
Em artigo recente sobre micronutrientes e sua relação com a pandemia, a Dra. Silvia Maria Franciscato Cozzolino, Profa. Titular da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, alertou sobre a melhor forma de enfrentar a pandemia: manter o sistema imune sob permanente cuidado! E destacou a importância do Selênio, presente na castanha-do-Brasil, a maior fonte do mineral na Natureza, como fator de fortalecimento da bendita imunidade. “A principal função do Selênio é atuar como antioxidante junto com a vitamina-E, para aumentar as defesas do organismo. Participa, portanto, do controle de radicais livres, moléculas que se formam naturalmente, inclusive com a resposta do sistema imune a infecções, mas cujo excesso causa danos em células e nos órgãos”. (COVID-19 e o sistema imune: papel dos micronutrientes na alimentação http://forc.webhostusp.sti.usp.br)
Basta uma por dia!
“Recentemente surgiu um estudo científico na China mostrando que as pessoas que tinham valores mais altos de Selênio tinham melhor resistência à doença! E nas regiões onde o solo era mais pobre, ocorria o contrário! Assim, uma noz ao dia pode, sim, ser muito importante! Porém, não mais que uma”, afirma a professora Cozzolino. Orientadora de Bárbara Cardoso, que ganhou o prêmio Jovem Cientista do CNPq, em 2015, ela ajudou a demonstrar que o Selênio, presente na castanha, ajuda a prevenir doenças cognitivas, tipo Alzheimer. Só precisa assegurar que o processo de desidratação não degrade as moléculas, que não resistem a temperatura acima de 100°. Grupos de pessoas idosas de Itacoatiara, mapeadas pela Igreja Católica do Município, bem como os pacientes do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, da capital paulista, receberam lotes de EcoNut da Família Vergueiro, a castanha produzida na Fazenda Aruanã. Certamente, terão um adicional de proteção contra a peste do novo coronavírus ao consumir o legítimo Selênio da Amazônia.
A castanha e a borracha
O que pouca gente sabe é que o Amazonas domesticou a castanha de cultivo extensivo, com alta tecnologia, que permitiu manter intacto o mineral precioso. Quando choramos o leite da borracha, derramado em nossos quintais amazônicos, por não conseguirmos a mesma façanha da domesticação científica, esquecemos de louvar o cultivo/domesticação da castanheira-do-Brasil, do Pará ou da Amazônia, seja o nome que à Bertolethia Excelsa mais convier. Ameaçada de extinção, pela voracidade do desmatamento nas áreas onde elas ocorrem – caso das castanheiras localizadas no Sudeste do Pará, até então a maior área produtora – a castanheira, aqui no Amazonas, foi domesticada num processo de paciência e resiliência da Família Vergueiro, há 50 anos. Imaginem se esta tecnologia pudesse ser replicada para recompor parte dos 20% das áreas degradadas no bioma amazônico. Em vez de pasto, espécies nativas de alto valor agregado – além da Castanheira – o Cumaru, a Copaíba, a Andiroba, o Mogno e a própria Seringueira, entre tantas outras.
Agronomia e inovação biotecnológica
Com suporte da Embrapa, no CEPATU, Centro de Pesquisas do Trópico Úmido, em Belém, sob a batuta do lendário biólogo Hans Müller – a Agropecuária Fazenda Aruanã, em Itacoatiara, mobilizou também a maioria dos institutos agrícolas nacionais, até conseguir colher os primeiros frutos a partir dos anos 90. O agrônomo Sérgio Vergueiro, formado pela ESALQ-USP, nos anos 50, se valeu de todos os recursos de inovação tecnológica para selecionar e cultivar mais de 1,5 milhão de árvores. Esse frenesi de reflorestamento teve um empurrão dos órgãos públicos que obrigavam, na Amazônia, o plantio de dez mudas para cada árvore derrubada pelas fábricas de compensado.
Ideologia da intocabilidade
Infelizmente, a ideologia da intocabilidade preservacionista desembarcou na legislação proibicionista que tudo impede e nada prospera. O oposto dessa ideologia é o absurdo de derrubar a mata para fazer pastagem, uma atitude que vira as costas para o manejo sustentável da floresta e suas infinitas oportunidades, quando utilizada racionalmente. Ou seja, as espécies amazônicas aqui mencionadas, em qualquer país com gestores qualificados nas três esferas da Federação, já deveriam, há muito, serem vedetes de laboratório, pois representam tesouros biomoleculares incalculáveis.
Saúde e prosperidade
A criação do Polo Industrial da Saúde, anunciado pela Suframa, poderia começar pelo Polo de Biotecnologia, a tecnologia dos seres vivos, fazendo do Centro de Biotecnologia, removida a ideologia do proibicionismo, levar para os seus laboratórios as espécies comprovadamente rentáveis e devolvê-las ao mercado em forma de produtos. Para quem não sabe, os equipamentos de propagação genética do CBA pode multiplicar tecidos de determinadas espécies aos milhares, formando clones para plantio extensivo, sem precisar derrubar a mata. Basta usar os 300 milhões de hectares degradados na Hileia, plantando dólares, digo, soluções cosméticas, farmacêuticas e de alimentação integral para a Humanidade. Simples assim…
Comentários