“Nós queremos assinalar que os fundos necessários para o polo de Bioeconomia já são produzidos pela indústria. Basta que não sejam mais contingenciados como vem ocorrendo historicamente”.
Antônio Silva
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Em debate virtual sobre a Zona Franca de Manaus (ZFM) – Bioeconomia e Sustentabilidade, promovido pelo TCE, Tribunal de Contas do Estado, recheado de ilustres convidados, o presidente Antônio Silva, da FIEAM, fez um relato sobre a importância do trabalho realizado pelo programa ZFM e a necessidade crucial do respeito constitucional de sua manutenção. Ele respondeu às ponderações dos convidados e dos conselheiros Mário Melo e Júlio Pinheiro, organizadores do evento no qual participaram Mauro Campbell, ministro do STJ; Eduardo Braga, Senador; Denis Minev, empresário; Marita Koch-Waser, da USP e Sérgio Leitão, Instituto Escolhas, responsável pelo projeto Destravando a Bioeconomia na Amazonia. “Um debate denso e demorado, rico em análises históricas, econômicas e em proposições de encaminhamento mostraram que a Bioeconomia tem algumas premissas que aderem ao histórico de sustentabilidade do Polo Industrial de Manaus” comentou Antônio Silva.
Bioeconomia, diversificação do PIM
Em sua fala, o presidente Antônio Silva fez questão de esclarecer que, desde o início da ZFM, a questão ambiental, da sustentabilidade e do polo da bioindústria foram paradigmas e propostas da ação empresarial em Manaus . “Nós queremos assinalar que os fundos necessários para o polo de Bioeconomia já são produzidos pela indústria. Basta que não sejam mais contingenciados como vem ocorrendo historicamente”. E agradeceu ao senador Eduardo Braga por ajudar, através de Projeto de Lei, a liberação dos recursos de P&D que estavam retidos no FNDCT – algo em torno de R$4,6 bilhões. “São recursos pagos pela indústria que, se aplicados em qualificação de recursos humanos, poderiam desencadear os programas demandados pela indústria em Biotecnologia”.
Sistema S
Na defesa do Sistema S, o presidente Antônio Silva mencionou algumas dificuldades com o corte de verbas e mostrou a contribuição que ações como o Sebrae da Floresta são similares ao que vem fazendo o Senai e o SESI na qualificação profissional para atender a Indústria. Temos como qualificar os jovens no interior através dessas instituições com nossa experiência itinerante pelos rios da Amazônia. Ele quis se referir aos Barcos Samaúma I e II. A proposta do Sebrae para a floresta veio de Sérgio Leitão que, provocado por Antônio Silva, afirmou que Bioeconomia não virá para substituir a indústria mas ser apenas mais um polo industrial e fator de diversificação econômica da ZFM. Uma cláusula pétrea de um novo marco regulatório.
Passos da Bioeconomia
Ao portal BrasilAmazoniaAgora, Denis Minev apontou três passos decisivos para a Bioeconomia. “Temos uma série de problemas na concepção da cadeia de Bioeconomia, falta definir bem. Alguns passos são necessários como sinalizações de que nós vamos gerar os recursos humanos ou pelo menos começar a gerá-los. Exemplo disso é o INPA, onde têm orçamentos de menos de 50 milhões de reais. Com esse volume de orçamento você não pode estar falando sério de desenvolver a Bioeconomia na Amazônia quando o principal Instituto de Pesquisas ligado à Amazônia, que a tem no seu nome, tem 50 milhões de reais no seu orçamento. Segundo, a questão logística: eu entendo os efeitos de se fazer estradas na Amazônia e de fazer hidrovias. Mas é caríssimo transportar qualquer coisa na Amazônia. A estrada que vai trazer desmatamento é, possivelmente, quem vai baratear a vida e eventualmente trazer até prosperidade, evitando o desmatamento lá na frente. É preciso ter uma discussão um pouco mais ampla de como trazer essa prosperidade, sem infraestrutura é meio impossível e a gente vai ficar preso nesse ciclo sem fim. E, por último, sempre aponto a questão burocrática, e a boa vontade das instituições acredito que ainda não existe. Você não chega em um órgão ambiental e é bem recebido como um cliente, mas sim com grau de desconfiança. Para que seja mais palatável você precisa trabalhar nessas 3 frentes, não tem solução, elas são iguais para todas as economias do mundo e elas não serão diferentes para a Amazônia.”
Confira na íntegra a webconferência “Zona Franca de Manaus: Sustentabilidade e Bioeconomia” aqui:
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