A Biblioteca flutuante vai beneficiar cerca de dois mil habitantes no Lago Mamori, no município do Careiro, Região Metropolitana de Manaus, no Amazonas.
As águas do Lago Mamori, na Floresta Amazônica, vão receber até o fim do ano uma biblioteca comunitária e flutuante. O local tem uma população de cerca de dois mil habitantes, que vivem ao longo da extensa margem do lago.
O projeto do Atelier Marko Brajovic foi desenvolvido com a colaboração da comunidade local e deve se tornar referência para a construção sustentável e educação ambiental.
A proposta é erguer a biblioteca a partir de reciclados — com garrafas pet como telhas, por exemplo — e outros materiais locais, de forma que agregue novas técnicas de flutuação e possa solucionar questões de energia e acessibilidade.
A ideia surgiu justamente porque a população local tem dificuldade de acesso a bibliotecas tradicionais, já que a mobilidade pela região é feita principalmente de maneira fluvial e a maré costuma subir por volta de 8 a 10 metros por ano.
Estrutura e adiamento das obras
Depois de quase duas décadas de pesquisas e experimentações, a criação foi contemplada no início do ano passado com um edital sobre projetos artísticos e sociais sensíveis às mudanças climáticas, oferecido pelo Goethe Institute e pela Prince Claus Fund.
A biblioteca foi desenhada em dezembro de 2019 e, no começo deste ano, já tinham sido feitos um protótipo e treinamento com a comunidade. Parte da estrutura já está montada, porém este ano se mostrou atípico em razão da pandemia do coronavírus, e a construção precisou ser interrompida. A nova previsão é de que a biblioteca flutuante esteja pronta e entregue em novembro.
E estrutura é simples, mas eficaz, unindo duas necessidades: o acesso das crianças à educação e o teste de tecnologias e materiais que respeitem o ecossistema amazônico. O espaço abriga uma biblioteca para crianças e adultos e deverá ter uma mesa central que servirá como uma espécie de mesa-redonda
Curadoria de livros
Os primeiros 200 livros serão doados pela ONG Vaga Lume e a previsão é de que 100 novos exemplares preencham as prateleiras a cada ano, com uma seleção voltada principalmente à preservação cultural e natural, ecologia, tratamento de resíduos sólidos e reciclagem.
Segundo o arquiteto, o espaço também tem o objetivo de empoderar as comunidades femininas e valorizar estruturas familiares e sociais da região, além de se tornar uma referência para a construção sustentável e educação ambiental.
Fonte: Blog Postura Sustentável
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