“A Amazônia não é um desafio trivial”, afirmou o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, em entrevista ao ‘Poder em Foco, nesse domingo, 9, no SBT. Lazari citou que a extensão de 5,5 milhões de quilômetros quadrados da região a torna diferenciada e que o governo federal entendeu isso. “Está clara essa disposição do Governo”, disse.
Lazari ressaltou, porém, que não existem ainda no país projetos estruturantes para a Amazônia no tamanho ou dimensão necessários e cobrou maior participação da iniciativa privada. “Porque não basta doar um pouco de dinheiro. Nós temos que levar projetos para poder desenvolver, por exemplo, a monocultura de cacau, a monocultura de açaí. Se a pessoa conseguir produzir e tirar o seu sustento da terra, ela não tem porque ir para dentro da floresta derrubar madeira e vender para o seu sustento”, disse.
No final de julho, executivos dos três maiores bancos privados do Brasil (Itaú, Bradesco e Santander) tiveram reunião com o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que preside o Conselho da Amazônia, para discutir a criação de um fundo para a região. Octavio de Lazari foi um dos participantes. “O que eles precisam e a gente vai ajudar, é a gente estruturar, organizar esse trabalho dentro da Amazônia”.
Retrocesso
O executivo do Bradesco destacou que outro desafio do Brasil é retomar o equilíbrio fiscal. Ele ressaltou a necessidade de o governo manter o teto de gastos, de não ceder às pressões para ampliação das despesas no pós-pandemia e fazer a reforma tributária. Lazari não concorda, porém, com a ideia da equipe econômica de criar um imposto sobre transações digitais. Para ele, isso será um retrocesso.
“Nós vamos perder toda essa digitalização que conquistamos ao longo do tempo. Vai ser natural que as pessoas queiram fazer as suas transferências em dinheiro para não pagar esse imposto. Então eu acho que não seria o mais adequado para o país”, concluiu.
Fonte: Amazonas Atual
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