Mesmo em ano atípico, o agronegócio no Amazonas seguiu ritmo intenso e trouxe possibilidades de investimentos e oportunidades para o pequeno produtor. A reação positiva do homem do campo frente às adversidades foi fundamental para manter as vendas das produções do interior mesmo no período da pandemia.
Dentro desse cenário, o balcão do agronegócio do Sebrae-AM (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Amazonas) possibilitou ao produtor rural R$ 600 mil em novos negócios.
Em época de pandemia, a ação tem sido um parceiro importante para a divulgação das atividades do pequeno produtor. Serviços como pesquisas semanais de preços de produtos regionais no atacado e no varejo, capacitação, palestras, rodadas de negócios, realizações de feiras e orientações técnicas sobre as mais diversas atividades agropecuárias, foram importantes para ajudar o setor a respirar em 2020. Segundo a diretora técnica do Sebrae-AM, Adrianne Antony Gonçalves, nenhuma ação seria possível sem a resiliência do trabalhador do campo e da criação de políticas públicas.
“O homem do campo segue os ritmos e normas da natureza, sendo resiliente por excelência. A pandemia pesou no segmento levando a doença sem fronteiras, mas aquela resiliência acima referida fez diferença. Também fizeram diferença positiva políticas públicas já iniciadas no ano passado. O reflexo dessa combinação de políticas públicas focadas no segmento com a resiliência natural do produtor rural, nos ajudaram a sentir de forma concreta nosso atendimento prático”, disse.
Outra ferramenta criada pelo Sebrae-Am foi o Empório Agronegócio Natalino, que ocorreu do dia 30 de novembro a 24 de dezembro. Nele, os pequenos produtores puderam fomentar novos negócios e comercializar seus produtos diretamente com a empresa, por meio do telefone ou WhatsApp. A ação migrou do presencial para o virtual através de um marketplace sazonal. “Usamos a plataforma com essa finalidade duas vezes, uma na Semana Santa e outra para o período natalino. Durante o período que antecedeu a Semana Santa captamos e capacitamos os clientes interessados e rodamos o primeiro evento digital em julho”, explicou.
Para o presidente do Conselho Deliberativo Estadual, Muni Lourenço, a venda dos produtos geram muito desenvolvimento e emprego nos campos dos municípios do Amazonas. “O Sebrae tem sido um parceiro essencial ao pequeno produtor rural, seja através da disponibilização de orientação e capacitação empreendedora, seja no acesso a novas tecnologias e principalmente apoio na realização de negócios e na intermediação da comercialização, trabalho este que vem sendo realizado com eficiência pelo Balcão de Agronegócios”, disse.⠀
Políticas públicas de assistência
Adryanne destacou, que as políticas públicas que possibilitaram o tratamento dos ramais para escoamento da produção, o suporte à mecanização e obtenção de insumos até a criação e manutenção dos espaços para comercialização dos produtos de origem agro, foram importantes para estimular ainda mais as atividades do homem do campo. “No momento em que foi decretado o primeiro lockdown, a ADS (Agência de Desenvolvimento Sustentável) teve um papel chave no setor, fazendo aquisição direta dos produtores, tanto na capital quanto no interior”, explicou.
O órgão criou um atendimento especializado para os produtores, focado na gestão financeira para reduzir os danos, em condutas de ordem sanitária bem como na correta manipulação dos alimentos e na transformação digital, quando os produtores descobriram novos caminhos e dinâmicas de atendimento, usando comércio digital, WhatsApp e delivery.
“Foi um movimento de trabalho muito interessante para nós. De certa forma extraordinário mas de todo positivo. É gratificante quando temos a oportunidade de ver o crescimento do cliente, vê-lo ativo na superação de suas dificuldades. Tivemos a oportunidade de criar do zero boas dinâmicas de atendimento e o Agronegócio é atividade empreendedora por essência”, disse.
Para Adryanne, o evento serviu como vitrine para os consumidores do segmento, além de proporcionar novos negócios. Destaques para os projetos direcionados para a pecuária de corte e leiteira, a fruticultura, a piscicultura, a agricultura familiar, onde se inclui a certificação orgânica com forte atuação no interior, e os cosméticos de base florestal, onde são inseridos produtores de castanha, açaí e óleos vegetais.
Atividade destaque
Segundo Adryanne, uma das atividades do ano que teve relevo particular foi a Indicação Geográfica. No auge da pandemia, no mês de junho, o abacaxi produzido no Novo Remanso entrou para a lista de produtos regionais do Amazonas onde a fama e qualidade são protegidas por Lei. O produto ganhou no dia 9 de junho, a concessão do selo de IG (Indicação Geográfica), na categoria IP (Indicação de Procedência), produzido naquela localidade. O selo também é válido para produtores rurais das regiões vizinhas Vila do Engenho e Caramuri, pertencentes a Manaus.
Para Daniel Leandro da Silva, presidente da Associação Comunitária Agrícola do São Francisco do Caramuri, relembrar o marco histórico de três a quatro anos em que a comunidade recebeu os benefícios do Sebrae-AM por meio de capacitações e qualificações mudando a realidade do produtor local. “Por meio de conhecimentos e novas tecnologias conseguimos acessar a viabilidade de mercado e novos conhecimentos e garantir um produto de qualidade. O Sebrae-AM levou muitos cursos de capacitação na comunidade mostrando a importância do Abacaxi como geração de renda e a criação de variedades de produtos que poderiam ser comercializados além do produto in natura”, disse.
Fonte: Jornal do Commercio
Comentários