As disputas territoriais envolvendo o agronegócio brasileiro representam um em cada três conflitos violentos registrados em toda a Amazônia, aponta o novo Atlas de Conflitos Socioterritoriais Pan-Amazônicos, lançado na semana passada. O documento identificou 1.308 conflitos ativos em quatro países amazônicos (Brasil, Peru, Bolívia e Colômbia) entre 2017 e 2018, sendo que 444 deles contaram com envolvimento de atores do agronegócio no Brasil.
No total, o Brasil (que compreende 60% do território pan-amazônico) registrou 995 focos de conflito (76% do total), que envolveram 131.309 famílias. O UOL destacou um dos casos citados pelo relatório no Brasil, a chacina de Pau D’Arco (PA), na qual 10 trabalhadores rurais foram mortos por policiais durante cumprimento de mandados de prisão em maio de 2017.
O Ecodebate deu mais detalhes sobre o relatório, que também aborda a conexão entre a grilagem e os conflitos fundiários.
Em tempo: A articulação entre a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) com organizações ambientalistas para pedir ao governo Bolsonaro que adote medidas para combater o desmatamento da Amazônia desagradou a Associação Brasileira de Produtores de Soja (APROSOJA), segundo O Petróleo, e resultou em pedido de desfiliação da entidade. À Reuters, o presidente da APROSOJA, Bartolomeu Braz Pereira, acusou a gestão da Abag de “politicagem” e de ser conivente com o esforço de ambientalistas de “denegrir a imagem do produtor rural”. Enquanto isso, na Europa, o ministério do exterior de Luxemburgo declarou que o principado exigirá “compromissos adicionais na luta contra a mudança do clima e o desmatamento” por parte dos países do Cone Sul no texto do acordo comercial entre o Mercosul e União Europeia, somando-se às reticências de França e à Alemanha.
Fonte: ClimaInfo
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