Neste dia 15 de março, os pioneiros do Amazonas voltam à Universidade de São Paulo para o lançamento da obra “O Brasil Reencontra os Pioneiros: Textos e Contextos Regionais”, com um seminário sob o mesmo título com os autores do projeto. O evento ocorrerá no Museu da Imigração da Secretaria da Cultura de São Paulo, onde acontecerá em 2017 a Mostra dos Pioneiros, já organizada em Manaus, em 2013. O livro “O Brasil Reencontra os Pioneiros: Textos e Contextos Regionais”, descreve a itinerância deste projeto com o objetivo de desvelar os estimulantes encontros com instituições, profissionais e públicos diversificados em três estados brasileiros. A partir dessa experiência museológica em movimento, este livro reúne textos que qualificam a regionalidade do empreendedorismo pioneiro no Brasil de acordo com diferentes estudos que têm sido realizados sobre esta temática. Esses estudos destacam as trajetórias distintas dos processos históricos no Ceará, em Pernambuco e no Amazonas. Além disso, os textos abordam os fundamentos educacionais, necessidade e importância do projeto empreendedor, que nortearam a itinerância museológica. Uma itinerância que propiciou encontros em diferentes regiões que evidenciaram o quanto a saga do desenvolvimento no Brasil é multifacetada, exigindo assim olhares regionais e locais para a sua adequada compreensão.
No livro, em capítulo dedicado a esta região, “Pioneiros Brasileiros e o Estado do Amazonas, As Lições do Ciclo da Borracha”, apresento o resultado da minha modesta participação em dois projetos da mais alta relevância na recomposição da história do pioneirismo na Amazônia, particularmente no Estado que tomou emprestado o nome e o espólio das amazonas, as mulheres guerreiras que permanecem fiéis a seu destino. São eles a construção do Memorial Petronio Augusto Pinheiro, um edifício digital multimídia que resgata a saga de um pioneiro, entre os maiores do século XX, e a Mostra do Pioneirismo e Empreendedorismo no Brasil, uma iniciativa que congrega a ciência da museologia e historiografia clássica, com a linguagem digital e a sedução educacional, ambos promotores e arautos de um convite de imersão na contribuição do Amazonas para a galeria nacional do empreendedorismo. A mostra retomou a saga da família Benchimol, a dialética fecunda do saber e fazer amazônico de Samuel e de seus irmãos Israel e Saul, bem como as novas lideranças. E apresentou para as novas gerações a chance de conhecer e refletir sobre Cosme Ferreira, Mário Guerreiro, Antônio Simões, Osmar Pacífico, Petrônio Pinheiro, Isaac Sabbá, Moysés Israel, Nathan Xavier de Albuquerque, Djalma Batista, Phelippe Daou, J.G. Araújo e outros jotas e tantos heróis de nossa resistência. Os dois projetos, de iniciativas isoladas, se encontraram no desenrolar de seu desenvolvimento e alcançaram o objetivo comum, não intencional, mas absolutamente essencial e oportuno, de demonstrar às novas e futuras gerações o papel do pioneirismo como ferramenta vital de transformação e construção de uma sociedade próspera e plural, fundada no mote do poeta Virgílio e apropriado pelos salesianos de Dom Bosco: Omnia vincit labor, o trabalho vence tudo. Daí minha gratidão à família Pinheiro, na pessoa de Petronio, Rosana, Márcia, Rodrigo e Iêda, aos amigos e parentes do casal Iclé e Petronio, a árvore da genealogia fecunda; a Mauro Souza e toda equipe da produção e coordenação técnica do projeto Memorial Petronio Pinheiro. Gratidão ao professor Jaques Marcovitch, da FEA, USP, da qual foi reitor de 1997 a 2001, sua equipe do Museu Nacional, e ao economista Jaime Benchimol, pela indicação, convite e apreço, seu colaborador factótum José Rincón, e aos novos amigos desta caminhada, minha família e ao Senhor das Luzes, que alumia os caminhos de nossa Amazônia e deste Brasil em construção.
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